Diário de luta: Greve em São Antônio do Monte,por Murilo Ferreira

A greve dos trabalhadores do pólo produtor de fogos de artifício de Santo Antônio do Monte, Lagoa da Prata e Itapecerica, no centro-oeste mineiro, já entra no segundo seu dia. Ela foi deflagrada ontem, dia 16/05, em função da intransigência dos patrões na mesa de negociação.

santo antonio do monte - CTB-MG

Eles não cedem à pressão dos trabalhadores que querem um aumento de 12%, mais 1 cesta básica por mês. Ofereceram somente 8% de aumento e 1 cesta por ano, o que indignou os trabalhadores e os motivou à greve.

O vice-presidente da CTB, o Jota, que acompanha desde início o movimento, diz que ele está crescendo e se fortalecendo cada vez mais, uma vez que a paralisação deste segundo dia é bem maior do que o primeiro, que já foi forte. José Viera, assessor político da central, faz a consideração de que por ser também a segunda greve da categoria, a primeira foi em 2009 onde, entre outras conquista, o aumento conseguido foi de 11%, a categoria está mais consciente do seu papel político e o espírito do fogueteiro está mais aguerrido, o que dá mais unidade e coesão ao movimento.

Sinônimo de firmeza e determinação de luta tem tido também a direção do SINDIFOS, o Sindicato dos Fogueteiros, que tão bem vem conduzindo a luta dos trabalhadores, e exemplo para todas as categorias da região. O seu presidente, o Tonho, diz que “todos estão mais conscientes e preparados para os embates da luta entre as classes. Se, de um lado, nós aprendemos muito desde 2009, por outro, não é bom subestimar o patronal, pois eles tentam de várias formas nos intimidar. Um exemplo é a fábrica Globo, que colocou seguranças com cachorros para impedir o acesso dos piqueteiros aos trabalhadores. Só que nós estamos dispostos a ir em frente até atingirmos nossos objetivos.”

Por sua vez a diretora do sindicato Sônia, diz que “os patrões querem reativar a ‘era dos coronéis’ e que nós vamos por fim a ela em Santo Antônio do Monte”. Assim, com os desdobramentos desse segundo dia de greve e diante da determinação da categoria, é possível que o patronal retome as negociações, pois o clima da greve pode ‘esquentar’ ainda mais. Além disso, os batalhões da polícia militar de Divinópolis, Itaúna e Lagoa da Prata já estão acionados.

* Murilo Ferreira é diretor do Simpro-MG e da CTB