Berlusconi obtém voto de confiança na Câmara dos Deputados
O chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, obteve nesta sexta-feira (14) o voto de confiança da Câmara dos Deputados, após perder a maioria na terça-feira durante a votação das contas do Estado, evitando a realização de eleições antecipadas.
Publicado 14/10/2011 10:44
A vitória apertada, com 316 votos a favor e 301 contrários, confirma o chefete italiano, campeão de escândalos de corrupção e degeneração comportamental, em seu cargo de primeiro-ministro.
A votação aconteceu num clima tenso e de incerteza devido à ausência de 50 parlamentares em missão de trabalho no exterior e pela decisão da oposição, que não participou na primeira chamada para votar.
Segundo os regulamentos, deviam participar a metade mais um, caso contrário a votação deveria ser anulada.
As várias correntes internas da coalizão governamental conservadora garantiram seu voto a Berlusconi.
Em seu discurso antes da votação, na quinta-feira (13), Silvio Berlusconi defendeu sua desastrosa administração, afirmando que não há alternativa a seu governo no período de crise.
"No plano político não há alternativa a este governo", afirmou em um discurso de 15 minutos, durante o qual os deputados da oposição optaram por abandonar o Parlamento.
A maioria reunida ao redor do PDL, partido de Berlusconi, e da Liga do Norte de Umberto Bossi, estava dividida a respeito de vários temas, como o plano de arrocho e a eleição do futuro presidente do Banco da Itália.
Além disso, a coalizão direitista de governo também sofreu com a queda da popularidade de Berlusconi, que está no menor índice histórico (24% em setembro), causada pelos escândalos sexuais e judiciais, além da estagnação econômica e social que atravessa o país.
Apesar disso, Berlusconi disse que a maioria governamental de direita encontra-se unida e que a derrota da direita em uma votação na terça-feira no Parlamento "não passou de um incidente técnico, certamente grave, mas sem consequência política".
Por outro lado, cresce nas ruas a revolta popular, com a extensão do movimento dos indignados que têm realizado manifestações em Roma, Milão, Florença, Bolonha, Ancona e Nápoles.
Está prevista uma grande mobilização popular para o próximo sábado (15), em Roma, que já se encontra com forte aparato das forças repressivas.
Com agências