BC: economia brasileira encolheu pelo 3º mês
A economia brasileira encolheu pelo terceiro mês seguido em outubro, segundo estimativa do Banco Central, e os primeiros sinais são de recuperação ainda lenta em novembro.
Em outubro, o índice que tenta prever o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,32%. Com isso, aumentou entre os economistas a aposta de que o quarto trimestre também será fraco, apesar de uma gradual recuperação.
Publicado 15/12/2011 12:20
Na semana passada, o IBGE divulgou que o país não cresceu no terceiro trimestre.
A gestora Quest Investimentos reduziu ontem sua projeção de expansão nos últimos três meses do ano para 0,2%. "É um crescimento bem medíocre, depois de uma estagnação. O país deve crescer 2,7% em 2011", diz Fabio Ramos, da Quest.
O governo tem se esforçado para não deixar a economia esfriar e vem adotando medidas importantes. Além das pequenas reduções na Selic -que hoje está em 11% ao ano-, também foram adotadas reduções de impostos sobre produtos de linha branca para estimular o consumo.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, vem afirmando que a economia já começou a se recuperar neste final de ano e que, com isso, em 2012 pode registrar crescimento entre 4% e 5%. Para este ano, o governo trabalha com expansão na casa de 3% apenas, afetada sobretudo pela crise na zona do euro.
Analistas da consultoria Rosenberg & Associados também esperam uma ligeira recuperação da economia nos próximos meses.
"Preliminarmente, esperamos uma certa retomada da indústria e do comércio em novembro e dezembro, o que nos levaria a uma expansão do PIB acima de 0,5%", afirmaram em nota.
"De qualquer modo, o clima é de um segundo semestre morno, que deve perdurar até o início do próximo ano."
O economista do banco Itaú Aurélio Bicalho acredita que a recuperação em novembro é natural após alguns meses de fraqueza e ainda não reflete os estímulos do governo. "Essas medidas terão mais efeito a partir de dezembro e devem ganhar força em 2012", diz Bicalho.
Mesmo com um resultado negativo em outubro, a economista Alessandra Ribeiro, da consultoria Tendências, projeta um crescimento de 0,5% no quarto trimestre.
A indústria, diz, exibirá números mais positivos em novembro, puxada pelo setor automotivo. Isso porque as vendas se recuperaram no mês passado, diminuindo os estoques e permitindo a recuperação da produção.
Outros indicadores mostram retomada da atividade nas fábricas, como alta da produção de papelão ondulado (usado em embalagens) e do consumo de energia. "O pior momento foi o terceiro trimestre", afirma.
Para Jayme Alves, economista da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a reversão das medidas de aperto do crédito no início de novembro tendem a estimular o consumo no fim do ano.
Na sua avaliação, a atividade em outubro ainda refletia um cenário de crédito retraído, afetado pelas medidas restritivas e pela greve dos bancários. "Novembro será mais forte", afirma Alves.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) prevê que a economia terá uma pequena aceleração em 2012, sustentada pelo consumo doméstico, mas destaca que o nível de investimento no país ainda é insuficiente para garantir o crescimento de 5% projetado pelo governo. A CNI prevê crescimento de 3% no ano que vem, após uma alta de 2,8% em 2011.
Com agências