Cuba destaca condenação mundial ao bloqueio estadunidense
Há meio século de vigência, o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba gera a rejeição quase unânime da comunidade internacional, destacou nesta segunda-feira (6) o Ministério de Relações Exteriores da ilha.
Publicado 06/02/2012 19:22
Em uma entrevista concedida à Prensa Latina, a diretora de Assuntos Multilaterais da Chancelaria, Anayansi Rodríguez, explicou que recentemente 142 países e 26 agências especializadas da ONU enviaram ao secretário-geral dessa organização, Ban Ki-moon, suas considerações sobre a medida unilateral.
Além dos estados soberanos – disse –, expuseram seus argumentos a Organização Mundial da Saúde, a Unesco, o PNUD e a Organização Internacional do Trabalho, entre outras.
A grande maioria das opiniões refletem uma denúncia contundente pela continuidade da aplicação das sanções que entraram em vigor no dia 7 de fevereiro de 1962, a partir da proclamação 3.447 do então presidente norte-americano, John F. Kennedy, apontou.
De acordo com Rodríguez, o pronunciamento internacional responde ao relatório que será apresentado pelo secretário geral sobre o cumprimento pelos Estados Unidos da Resolução aprovada em outubro de 2011 pelas Nações Unidas intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".
Esse documento apresentado no ano passado pela ilha perante a Assembleia Geral da ONU teve o respaldo de 186 dos 193 países integrantes da organização, apoio expressado pela vigésima ocasião consecutiva desde 1992, recordou.
Apesar do pedido quase unânime do mundo inteiro, Washington empenha-se em ignorá-lo, e não só mantém o cerco, como também o intensifica, advertiu a diretora, que comentou que o relatório do secretário-geral sobre o cumprimento da Resolução foi entregue aos estados membros das Nações Unidas.
Com relação à contribuição cubana ao texto, a diretora mencionou o sequestro de mais de US$ 4 milhões do Fundo Mundial de Luta contra o HIV/Aids, a Tuberculose e a Malária, destinados a programas na ilha caribenha.
Esses recursos foram apreendidos pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos Estados Unidos e só depois da denúncia de Havana o Departamento do Tesouro da nação do norte emitiu uma licença – válida até junho de 2015 – para liberar o dinheiro, disse.
Para Rodríguez, com o caso enviado ao secretário geral ficou uma vez mais evidenciada a ingerência de Washington nos assuntos internos de mecanismo multilaterais, assim como a extraterritorialidade da medida punitiva imposta há meio século.
São abundantes os exemplos, muitos deles em temas tão sensíveis como a saúde, do objetivo de sucessivas administrações norte-americanas de destruir todo um povo, ato que qualifica de genocídio a partir do plasmado no artigo 2 da Convenção da ONU para a Prevenção e Sanção desse delito, sublinhou.
Fonte: Prensa Latina