Equador pode se manifestar a partir de hoje sobre Assange
As autoridades equatorianas podem se pronunciar a partir desta segunda (13) sobre a solicitação de asilo político apresentada a este país pelo jornalista australiano Julian Assange, segundo anunciado semanas atrás.
Publicado 13/08/2012 10:53
O chanceler Ricardo Patiño comunicou que, uma vez concluídos os Jogos Olímpicos de Londres, o governo emitiria sua sentença com respeito ao caso do fundador do Wikileaks, que permanece na Embaixada deste país na capital britânica em espera de uma resposta.
Assange ingressou à missão diplomática desta nação sul-americana em 19 de junho, quando enviou uma carta ao presidente Rafael Correia na qual explicou seus temores de ser extraditado aos Estados Unidos pela publicação de informações comprometedores para esse país.
O jornalista australiano suspeita que se for enviado de Londres a Suécia por suposta violação e assédio a duas mulheres, o extraditem ao território estadunidense, onde presume que o condenem a morte sob acusação de espionagem.
Tanto Correa como Patiño realizaram declarações públicas que deixam antever uma decisão favorável à acolhida deste no Equador, enquanto em vários setores políticos e populares existe respaldo a essa possível decisão.
Os dois equatorianos manifestaram indistintamente que a decisão será soberana e terá em conta o respeito às normas e princípios do Direito Internacional, bem como a tradicional política do Equador de precautelar os direitos humanos.
O Executivo assegurou a disposição de não expor nenhum cidadão a risco de morte e argumentou que qualquer decisão será fundamentada inclusive com centenas de páginas, se for necessário. No entanto, ainda não se sabe qual seria o status de Assange no Equador, se de asilado ou refugiado, já que esta última opção, segundo um catedrático, seria a mais viável.
Assinala-se que se ele for acolhido como refugiado, automaticamente, Assange estaria também sob a proteção do Alto Comissionado para os Refugiados das Nações Unidas (Acnur, por suas siglas em inglês).
No caso extremo de Londres negar o salvo-conduto para que Assange possa sair da Embaixada do Equador, se considera que a Acnur poderia intervir.
As últimas semanas têm sido importantes para o Equador reunir os argumentos sobre este caso, depois da visita a este país de Christine Assange, mãe de Julian, e do juiz espanhol Baltazar Garzón, que dirige a equipe da defesa do australiano.
Christine explicou na visita as consequências que teria para seu filho ser julgado por um Grande Júri, constituído de maneira secreta em território estadunidense.
Com Prensa Latina