Capital paulista enfrenta nova onda de violência

A cidade de São Paulo registrou 135 casos de homicídios com 144 vítimas em setembro, o que representa um aumento de 96% em comparação ao mesmo período de 2011 – que teve 69 casos com 71 vítimas. Os dados foram divulgados na quarta-feira (25) pela Secretaria Estadual da Segurança Pública. O mês passado foi recordista em assassinatos desde janeiro de 2010, quando o governo do estado passou a divulgar as estatísticas criminais mensais.


Ataques contra a PM na Zona Sul da capital paulista / Foto: Flickr/Rafael Coelho

No Estado todo, o aumento dos registros de homicídio foi de 27% em setembro e de 8% no acumulado do ano.

No acumulado entre janeiro e setembro, a alta foi de 22% na cidade. Foram 920 casos com 983 vítimas – pode haver mais de uma morte em um mesmo boletim de ocorrência, caso das chacinas.

O crime de latrocínio (roubo seguido de morte) é outro que também disparou. Segundo os dados oficiais, de janeiro a setembro foram 263 ocorrências. É o maior número de casos desde 2004, quando foram registrados 291 latrocínios.

O aumento do confronto entre criminosos e policiais está entre as causas do crescimento da violência. Desde junho, quando os bandidos da facção criminosa PCC iniciaram uma série de ataques contra outros criminosos e policiais, 1.539 pessoas foram mortas. Só nesses quatro meses do ano, o aumento foi de 12% no Estado e de 30% na capital.

As mortes orquestradas pelo PCC, segundo a polícia, partiram de chefes presos e foram dadas após PMs da Rota matarem seis suspeitos na Penha, na zona leste.

Desde então, já foram registradas 38 mortes de policiais, até setembro, seguidas por dezenas de mortes de supostos criminosos em várias regiões da cidade. Geralmente são motoqueiros usando capacetes e roupas escuras.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) nega que os ataques sejam coordenados e afirma que há um "folclore" sobre o crime organizado.

Já o deputado Olímpio Gomes (PDT), que é major da polícia militar e faz parte da comissão de segurança da Assembleia, afirma que há o risco da existência de novos esquadrões da morte, com a participação de policiais. Seu colega de armas, o comandante da PM, Roberval França, negou que haja um descontrole da criminalidade no Estado.

Com Folha de S. Paulo