Mulheres do MST protestam após reintegração de fazenda da Cutrale
Nesta quarta-feira (13), as 300 mulheres do MST que ocupavam a Fazenda Santo Henrique, terra pública invadida há anos pela Cutrale — empresa produtora de suco de laranja — fecharam, por alguns instantes, a rodovia Castelo Branco, próximo a Iaras, (90 quilômetros de Bauru).
Publicado 13/11/2012 17:51

As militantes estavam na fazenda desde domingo (11). A ocupação foi organizada pelo Setor de Gênero do MST com o objetivo de denunciar a grilagem e o uso excessivo de agrotóxicos pela empresa.
Após receberem a reintegração de posse emitida pelo juiz da 2ª Vara de Lençóis Paulista no início da manhã desta quarta (13), as Sem Terra decidiram seguir lutando.
O trancamento da rodovia teve por objetivo evidenciar a paralisia da Reforma Agrária no estado de São Paulo, assim como em todo o país, conforme afirma Kelli Mafort, da direção nacional do MST.
“A atuação da Cutrale é um exemplo completo do avanço do agronegócio: concentração de terras, monocultura para exportação, uso indiscriminado de agrotóxicos, desrespeito às leis trabalhistas e ao meio ambiente. No entanto, mesmo com a concordância do Incra e da Justiça Federal em recuperar a área grilada e incluí-la no programa de Reforma Agrária, nada acontece”, declarou a dirigente.
Entenda o caso:
De acordo com o movimento, essas terras onde agora está a Cutrale, são de propriedade do Núcleo Colonial Monções, criado em 1909. As terras foram adquiridas pelo governo federal para o assentamento de colonos imigrantes.
O imóvel foi cedido para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2007, por decisão da Justiça, mas a Cutrale continuou no local devido a decisões judiciais que protelam sua saída.
A mesma fazenda foi ocupada pelo MST em 27 de setembro de 2009. Na época, parte da plantação de laranja foi retirada para plantio de alimentos, como arroz, feijão e milho.
Resposta
A Cutrale informou em comunicado que lamenta a ocupação, que provocou o impedimento do trabalho dos 450 funcionários da unidade agrícola. "A Cutrale espera que seja mantida a ordem, respeitando a integridade física das pessoas que estão na unidade, entre funcionários e familiares que lá residem, bem como do patrimônio da companhia, para que possa retomar a normalidade de suas atividades o quanto antes", disse a empresa na nota.
Da Redação do Vermelho,
com informações da Página do MST