Intervenção militar da França no Mali é desafio para EUA

A intervenção militar da França no Mali representa hoje um desafio para a administração do presidente Barack Obama, e coloca a Casa Branca dianted a possibilidade de se envolver em um novo conflito com resultados imprevisíveis.

Na medida em que Paris incrementou seus ataques aéreos na segunda-feira (14) contra cidades controladas pelos rebeldes no norte de Mali, o Departamento de Defesa estadunidense ajustava seus planos para apoiar a operação de seu aliado europeu, reportaram veículos de comunicação.

O secretário de Defesa, Leon Panetta, assegurou nesta terça (15) que os Estados Unidos não enviarão tropas terrestres à nação africana, ainda que tenha reconhecido que a administração Obama analisa com os franceses a melhor maneira de apoiar suas operações militares em território maliense, informou a página digital do Pentágono.

Washington fornece informação de inteligência às unidades francesas contra os rebeldes, e funcionários públicos estadunidenses não descartaram o envio de aviação com ajuda logística direta às forças de intervenção francesas.

Porta-vozes da administração afirmaram que qualquer assistência à operação teria um caráter não letal, mas a mídia de Washingnton indica que ambas as partes discutiram sobre possíveis ataques com aviões não tripulados (drones) estadunidenses contra alvos rebeldes.

No entanto, o uso desses artefatos se choca com a dificuldade de que não existe suficiente informação de inteligência sobre o terreno, nem bases militares estadunidenses nas proximidades de Mali a partir das quais se poderiam operar tais aeronaves, destacou na terça o diário Stars and Stripes, especializado em temas militares.

Diferentes meios de imprensa concordam que Washington está frente a uma encruzilhada, devido ao "vazio de segurança" criado no Mali, o que propiciaria a criação de novos santuários para supostos militantes vinculados à Al Qaeda em toda a região.

O general Carter Ham, chefe do Comando Africano das forças armadas estadunidenses, advertiu que tais grupos representam "uma crescente ameaça para os Estados Unidos e a Europa, motivo pelo qual é urgente tomar medidas para neutralizá-los".

Por outra parte, o conflito acontece em um momento no qual Washington trata de reduzir suas tropas no Afeganistão e até agora evitou uma intervenção militar direta no conflito sírio, apesar de apoiar grupos armados que operam contra o governo de Damasco.

O ex-subsecretário de Estado para assuntos africanos, Witney Schneidman, considera que os Estados Unidos deve sair das guerras onde está envolvido e não se envolver em uma nova, mas ao mesmo tempo deve considerar o perigo que representa a deterioração da situação no Mali.

O Pentágono questionou a possibilidade de uma força apoiada pelas Nações Unidas ser vitoriosa, força que supostamente chegaria ao país africano para tomar o controle sobre o norte do território, e em lugar dessa medida, procurava um papel mais protagonista de um esforço político-militar de países do continente negro.

Fonte: Prensa Latina