Publicado 16/05/2013 11:01 | Editado 04/03/2020 16:47

Ao lançar um projeto que se dispôs a conversar com a população do Maranhão, a oposição passou a receber demandas de lideranças do interior do estado e da sociedade civil em geral.
Abandonada pelos políticos tradicionais, a população se apropriou da agenda pública dos líderes oposicionistas.
O resultado todo mundo vê: nos municípios por onde passam, deputados federais, estaduais, vereadores, liderados pelo presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB) são recebidos pela população com ansiedade para falar dos problemas e entusiasmo para discutir as soluções possíveis.
Nada mais natural e até saudável para o processo democrático que segmentos da classe política se predisponham a conversar com a população, sobretudo fora do calendário eleitoral, quando em vez de candidatos, os homens públicos se colocam verdadeiramente como agentes das questões de interesse do estado.
Nada mais natural também que o êxito no movimento organizado pela oposição, gerasse uma reação do grupo político que controla os poderes hegemônicos no estado.
O problema é que em vez de lutar na mesma arena legítima, buscando igualmente dialogar com a população, o governo do estado resolve agir pelos mecanismos opostos, tentando censurar, perseguir e acima de tudo criar um ambiente hostil e beligerante para tumultuar o estado.
De volta aos tempos do velho coronelato provinciano:
As ações para censurar e perseguir líderes oposicionistas chegam a níveis de provincianismo que soariam inverossímeis aos olhos e ouvidos de quem não vive no estado. Em Chapadinha, a governadora Roseana Sarney mobilizou aliados para, vejam-só, impedir que Flávio Dino recebesse o título de cidadão chapadinhense, proposto pelos vereadores do município.
A tentativa fracassou e a concessão do título a Flávio Dino foi facilmente aprovada na casa legislativa, que recebeu o presidente da EMBRATUR no último sábado (11) em movimentada sessão.
Mas a governadora não desistiu. Em Mata Roma, a prefeita do município que é do PMDB partido de Roseana Sarney, foi orientada a antecipar a festa do dia das mães do domingo (12), para o sábado (11). A festa, que distribui prêmios como atrativo para a participação da população, foi antecipada para o mesmo horário da reunião do movimento Diálogos pelo Maranhão, que contaria com a participação de Flávio Dino. O objetivo, obviamente, era esvaziar o evento oposicionista.
No mesmo fim de semana, os meios de comunicação do grupo Sarney foram orientados a atacar o presidente do diretório municipal do PCdoB, Márcio Jerry.
Na pauta de ataques a Jerry nada de denúncias relacionadas a atividade pública do dirigente do PCdoB, que é secretário de comunicação da prefeitura de São Luis. Os jornais da família Sarney ficaram profundamente incomodados com o fato de Márcio Jerry ser usuário ativo das redes sociais, instrumento que é usado por políticos no mundo inteiro para fazer o que deveria ser a essência da atividade pública: comunicar para a sociedade.
Cooptação, mandonismo e humilhação
Em outra frente, o grupo Sarney opera para constranger políticos e autoridades do interior, colocando-os em situações vexaminosas. Para obrigar um posicionamento público de aliança política, os prefeitos estão sendo assediados e obrigados a servir como plateia para um dos pré-candidatos do grupo Sarney ao governo, Luís Fernando Silva, secretário de infraestrutura.
Em sua passagem pela região de Imperatriz entre os dias 15 e 18, Luís Fernando, que chegou a inaugurar até programa federal de instalação de ambulâncias em hospitais da rede pública (SAMU), foi acompanhado por prefeitos da região, que colocados em uma VAN, tiveram que acompanhar e aplaudir todos os eventos dos quais o secretário participou.
O governo do estado, inconformado com a postura institucional dos prefeitos de oposição que procuram o governo para fazer parcerias institucionais, opera de todas as formas para transformar as parcerias em aliança política.
Onde não consegue usar dinheiro público para barganhar, o grupo Sarney tenta criar instabilidade política e falsos relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Exemplos emblemáticos estão na tentativa de cassar o diploma do prefeito de Barreirinhas, Léo Coutinho (PDT) e na tentativa de envolver a prefeita de Matões Sueli Pereira (PCdoB) em casos de licitação irregular.
Mais ações de censura, cooptação, chantagem e inverdades vem por aí. O propósito é um só: barrar as atividades do movimento político que pela primeira vez na história do estado se mobiliza para crescer a partir do diálogo com as bases populares.
Fonte: MA da Gente