Batista: É o momento de mais democracia e soberania da militância
O presidente estadual do Partido Comunista do Brasil, João Batista Lemos, em entrevista, fala à militância sobre a importância do 13° Congresso do PCdoB; salientando como é fundamental a forte mobilização dos comunistas do Rio de Janeiro durante todo o processo congressual.
Publicado 26/08/2013 09:09 | Editado 04/03/2020 17:03

O PCdoB está intensificando por todo país as mobilizações em torno do 13° Congresso do Partido. No Rio, o PCdoB trabalha para fortalecer esse processo e para ter um papel protagonista nesse espaço democrático dos comunistas. O presidente estadual do PCdoB, João Batista Lemos, em entrevista, falou sobre o processo congressual.
Batista, que passou a semana contribuindo com as discussões do III Congresso da CTB, em São Paulo, falou da importância do Congresso do PCdoB, enfatizando o papel dos comunistas na continuidade e ampliação do ciclo de mudanças iniciado por Lula.
O líder comunista também falou sobre a mobilização no estado do Rio, das metas; salientando também o papel protagonista do Rio de Janeiro na vida política nacional. Batista também abordou a expectiva dos trabalhadores reunidos no Congresso da CTB para o 13° Congresso Comunista.
Confira a entrevista de João Batista Lemos na íntegra:
1. Primeiramente Batista, gostaria que você falasse da importância desse 13° Congresso do PCdoB para os comunistas e para o povo brasileiro?
“A importância desse 13° Congresso é fundamental, como sempre lembro, todo congresso do nosso partido tem sentido histórico, mas esse ganha uma importância muito grande pela situação em que o Brasil e o povo brasileiro se encontram, hoje vivemos uma situação de certa encruzilhada política no país, e o que consiste isso. Nesses 10 anos, com esse ciclo de mudanças iniciado por Lula e continuado por Dilma, houve vários avanços, como por exemplo o fato de incorporamos 40 milhões de brasileiros e brasileiras que viviam em situação de miséria, a uma condição de cidadania. O fato de 20 milhões de trabalhadores terem sido incorporados ao mercado formal de trabalho em nosso país. A criação de um importante projeto como ProUni, que trouxe mais democracia às universidades e faculdades brasileiras, com a inclusão de estudantes, filhos de trabalhadores e trabalhadores, que puderam também ocupar vagas nas universidades, ampliando as perspectivas do nosso povo. O projeto como o Bolsa Família, que retirou gente da terrível condição de fome, sobretudo no interior, no nordeste e norte do país, embora em muitas periferias dos estados do centro sul onde a fome também é uma triste realidade, e esse projeto também atinge e beneficia essa gente. Mas isso tudo também criou uma nova expectativa para esse povo, esse povo quer mais. É um erro achar que esse povo virou classe média, esse povo é a classe trabalhadora, e as cidades não estão preparadas para atender os anseios e necessidades desse nosso povo, não estão preparadas do ponto de vista dos serviços públicos; as ruas demonstraram a necessidade de uma reforma urbana, a urgência das reformas estruturais em nosso país. Ou o Brasil dá uma nova arrancada para o desenvolvimento com mais progresso e mais democracia, ou não vamos conseguir avançar na luta do novo projeto nacional de desenvolvimento, que abrirá caminho para o socialismo no Brasil, pois vai ser a forma mais permanente de garantir uma vida digna para o nosso povo. Por tudo isso, aqui no Rio se faz necessário concentrarmos numa grande mobilização dos filiados para participarem desse debate, porque além de debater a perspectiva e o rumo para o nosso país, no sentido dos interesses da grande maioria do povo, esse Congresso também vai servir para fazer um balanço da nossa organização, da estrutura partidária, de como fortalecer a mobilização dos trabalhadores, entre a juventude, nos bairros, na intelectualidade, na frente cultural; e para eleger uma nova direção tanto em nível do Comitê Central, como no nível dos municipais e da direção estadual. O Congresso comunista é o momento de mais democracia e soberania da militância dentro do nosso partido, é o momento de oxigenar o partido, para o PCdoB sair mais forte para enfrentar as novas batalhas que estão por vir. Por exemplo a luta de 2014, que será também uma batalha estratégica para nosso país, no sentido de avançar esse ciclo de mudanças; reeleger Dilma, mas a partir de um núcleo mais de esquerda e de um programa político mais avançado; essa é uma questão fundamental. No nosso estado é fundamental a constituição de um campo de esquerda, com perspectiva popular, nós já indicamos Jandira à majoritária para o próximo ano, na disputa pelo governo do estado ou por uma vaga no senado, para construir isso com os partidos aliados do campo do governo Dilma, e concretizar nosso projeto de eleger dois deputados federais e três estaduais. A mobilização para o 13° Congresso está intimamente ligada a essa batalha de 2014, pois o PCdoB deve sair mais forte organicamente, ideologicamente, e politicamente, para a ação política, para sairmos vitoriosos nesse processo de 2014, tanto em nível nacional como em nosso estado”.
2. Batista, como estão as movimentações dos comunistas do estado na construção de todo esse processo do 13° Congresso que já está em andamento?
“Nós definimos uma meta de mobilização de 15 mil filiados e temos nos surpreendido com a mobilização e motivação da nossa militância. Na capital, por exemplo, a meta era de 2mil filiados presentes na conferência municipal; mas na reunião em que participei ficou evidente o clima de muita motivação e por ali já deu para ver que vamos superar a meta, podemos chegar a 3mil filiados na conferência. Isso já é um exemplo muito grande, porque essa mobilização política em torno do 13° Congresso está relacionada à perspectiva política que o PCdoB vai abrir aqui no Rio de Janeiro, no sentido de fortalecer a identidade própria de nosso partido no estado, no sentido da nossa independência diante do governo Cabral, na defesa dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude, do nosso povo”.
3. Batista, o Rio de Janeiro é o segundo maior estado da federação, tem um papel protagonista na história política e das lutas sociais em nosso país, e há 91 anos com importante presença do PCdoB na construção de muitas dessas lutas. Qual o papel do Rio de Janeiro, o papel dos comunistas fluminenses nesse 13° Congresso? Qual o tamanho da contribuição do Rio nesse grande momento que é o Congresso Nacional dos Comunistas?
“O Rio tem sua particularidade, tem uma massa crítica muito grande, nos setores populares e nas camadas médias. O Rio é um centro cultural do nosso país, por isso que o PCdoB tem que expressar essa pujança da história do povo fluminense e a gente realizando um grande processo de congresso no segundo estado da união, certamente levaremos toda essa consciência crítica e construtiva no sentido de fortalecer o partido em nível nacional. O partido no Rio tem forjado vários quadros para juventude, para o movimento operário sindical, para o movimento de bairro, o Rio já indicou presidente da CONAM, presidente da UNE; são questões importantes para nós, por isso que estamos fazendo um esforço muito grande para desde as assembleias de base aconteça debate sobre as teses, que se discuta bastante as nossas teses, pois aí que se constitui a unidade de opinião e a unidade política que é necessária para um partido como o nosso, para forjar a unidade de ação a partir desses debates. Intensificar o debate e a mobilização para que nossa conferência estadual seja rica, democrática e combativa”.
4. Você está participando do Congresso da CTB, como você sentiu, percebeu a expectativa e as discussões dos trabalhadores sobre o 13° Congresso do PCdoB, aí nesse grande espaço de construção da luta sindical brasileira?
“A expectativa é muito grande aqui entre os trabalhadores, pois esse é o Congresso comunista que vai abrir perspectiva política, o PCdoB é o partido político que apresenta um projeto de poder para esse país; e a luta sindical é uma luta muito importante para a educação política e de classe dos trabalhadores. E o caminho para a transformação social em nosso país é dada pelo partido, portanto os trabalhadores estão nessa grande expectativa de que esse congresso vá abrir perspectivas para avançar o rumo do nosso pais, avançar no ponto de vista político, social e democrático. Com isso se abre mais perspectiva para a luta dos próprios trabalhadores a partir da luta sindical. Teremos hoje (sexta-feira 23) às 19h uma reunião com todos militantes do partido presentes no congresso da CTB, com a direção nacional para também mobilizar para o 13° Congresso do PCdoB. Aproveito para dizer que estou passando minha tarefa da Secretaria de Relações internacionais da CTB e permaneço na executiva da central ainda compondo a federação sindical mundial, pois fui eleito em um congresso e não posso sair agora. Estamos contando aqui com a presença de delegações de trabalhadores de 28 países, da Europa, da América do Sul, Central, Norte; da Ásia, África. Está sendo muito rica a discussão no sentido da troca de experiência, de como avançar na luta pela emancipação da classe trabalhadora de todo mundo”, finalizou o líder comunista.
*Por Bruno Ferrari