Egito acusa novamente líderes islâmicos de espionagem

A Promotoria da Segurança do Estado egípcio acrescentou nesta terça-feira acusações de espionagem contra dois membros da direção da Irmandade Muçulmana (IM, islamistas), Khairat El Shater e Saad Katatni, cuja detenção estendeu por 15 dias.

Ambos foram presos depois da destituição do presidente Mohamed Mursi, no dia 3 de julho, e acusados de incitação à violência durante protestos em frente à principal sede da IM nesta capital, detalharam fontes judiciais.

A nova acusação baseia-se em suspeitas de colaboração com a organização islamista palestina, Hamas, para organizar a fuga de Mursi e outros quadros da IM da prisão de Wadi Al Natroun, no início de 2011, durante os protestos que obrigaram o ex-presidente Hosni Mubarak a renunciar.

Mursi venceu as eleições presidenciais do ano seguinte por uma estreita vantagem, em um acirrado segundo turno contra Ahmed Chafiq, um ex-membro do governo de Mubarak.

O presidente islamista deposto, o Guia Supremo da IM, Mohamed Badie, e outros membros da cúpula da entidade islamista, ilegalizada desde o dia 23 de setembro, também são acusados de causar a morte de opositores por incitação à violência e de ordenar a destruição de prontuários policiais durante o ano que durou seu mandato.

A vista do julgamento contra Mursi e os demais líderes da organização está assinalada para o final de novembro.

Em um fato à parte, o painel designado para administrar os fundos da IM anunciou que examina uma proposta de incorporar esses recursos aos fundos do Estado e utilizar uma parte no reparo dos danos causados em propriedades públicas e privadas por manifestantes que reclamam a restituição de Mursi.

Segundo análise do grupo de trabalho, as perdas são estimadas em 400 milhões de libras egípcias (mais de US$ 57 milhões).

Fonte: Prensa Latina