Em protesto, estudantes da USP-Leste exigem volta às aulas
Aconteceu nesta última terça-feira (25) um novo protesto por soluções efetivas que garantam o retorno das aulas na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Each), mais conhecida como ‘’USP-leste’’, na capital em São Paulo. O campus está interditado há 36 dias devido a uma contaminação por gás metano no solo do terreno. Por anos o local foi usado como depósito de dejetos do rio Tietê, o que contribuiu para o acúmulo da substância.
Publicado 26/03/2014 10:23

Em comunicado divulgado na última sexta-feira , a diretoria da escola disse que o início do semestre letivo deve acontecer no dia 31 de março de 2014. Este já é o terceiro prazo informado e não cumprido pela reitoria.
‘’Não é o metano que está adiando a nossa volta, mas sim a falta de vontade política em manter a unidade funcionando. Se existir uma possibilidade de fechar o campus, isso poderá ser feito a qualquer momento a partir da transferência dos alunos para outros locais’’, falou o estudante de Gestão de Políticas Públicas, Reginaldo Noveli.
Na quinta, a Reitoria da USP anunciou que as aulas teriam início em locais provisoriamente cedidos por outras unidades da instituição e por outras instituições públicas e privadas. Os cursos seriam distribuídos entre as faculdades de ciências da saúde da USP nas Clínicas, na Zona Oeste de São Paulo, no prédio da Faculdade de Tecnologia (Fatec) em Itaquera e no campus da Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid) perto da estação Carrão do Metrô, ambos na Zona Leste da Capital.
No entanto, para os estudantes, esta solução não é adequada. ‘’Temos dez cursos de graduação e oito cursos de pós-graduação. Esta proposta da reitoria simplesmente não abarca necessidades de um campus desse porte’’, enfatizou Noveli.
Um protesto no dia 10/03 reuniu cerca de 350 estudantes pelos prédios da Cidade Universitária, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo. Este segundo ato, promete ser ainda maior. ‘’ Queremos movimentar nossa comunidade e exigir nosso direito legítimo de ter aulas em condições adequadas no nosso campus original. Queremos que essa crise administrativa da USP seja noticiada por toda a mídia, pois somos a síntese de um problema que se arrasta há anos’’, finalizou.
Entenda o caso da USP-Leste
Os problemas ambientais na Each são antigos, mas o caso só veio à tona em setembro de 2013, depois que a USP foi autuada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e os professores e alunos começaram uma greve que durou 50 dias.
Em outubro, a Cetesb multou a USP em R$ 96.869,35 por não ter solucionado o problema ambiental e por estabelecer prazos considerados insatisfatórios. Logo depois, foi a vez de a Justiça determinar a interdição do campus, medida que foi cumprida no início de janeiro deste ano.
O novo reitor da instituição, Marco Antonio Zago, tomou posse em 25 de janeiro, e afirmou, em entrevista coletiva, que uma das prioridades da nova gestão era desinterditar o local para permitir o retorno dos estudantes.
A USP recorreu da decisão judicial, mas ainda não conseguiu desinterditar o campus. De acordo com Zago, o objetivo principal é garantir que o local seja seguro para a reabertura. O Campus tem 6 mil alunos e 270 docentes.
Fonte: União Nacional dos Estudantes