Primeiro-ministro da Líbia pede demissão por sofrer ameaças
O primeiro-ministro interino da Líbia, Abdullah al-Thani pediu demissão citando uma tentativa de ataque à sua família, segundo a declaração postada na página do governo, neste domingo (13). Al-Thani disse que a ameaça deve-se ao seu papel nas negociações com rebeldes que ocupavam portos petrolífero no país, com demandas de federalização.
Publicado 14/04/2014 16:05

Al-Thani disse que, ao se demitir, buscava “proteger os interesses do país e não arrastar diferentes lados para os confrontos, quando não pode haver vencedores.” O premiê interino foi ministro da Defesa no governo de Ali Zeidan (primeiro-ministro de novembro de 2012 a março de 2014) e ficaria no cargo até que um substituto o assumisse.
Ainda não ficou claro se o parlamento ou o Congresso Geral Nacional aceitaria o pedido de demissão de Al-Thani. “Estamos nos reunindo agora e procurando alguém que o substitua,” disse Mohamed Ali Abdallah, chefe do comitê de Planejamento e Orçamento do parlamento.
Para muitos analistas, este é apenas mais um episódio da crise política causada pela derrubada do presidente Muammar Gadafi, através da ingerência desestabilizadora do Ocidente, há três anos. A falha em desarmar e desmobilizar os militantes que participaram na derrubada de Gadafi é considerada um erro estratégico das novas autoridades, que agora são confrontadas com a escalada da violência.
O antigo premiê, Zeidan, também sofreu ameaças e foi sequestrado por milícias no ano passado. Os parlamentares decidiram sobre a sua demissão, através de uma votação, no mês passado, depois de não conseguir terminar o confronto com rebeldes que ocupavam portos estratégicos para a exportação do petróleo líbio.
No início do mês, um acordo negociado pelo gabinete de Al-Thani com os rebeldes garantiu a liberação dos dois últimos portos ocupados. O líder dos rebeldes, Ibrahim Jathran disse que o acordo demonstrava a “boa vontade [do grupo] para construir confiança, avançar um diálogo e resolver os problemas entre os líbios, através de meios pacíficos.”
O movimento liderado por ele estabeleceu a sua própria província autodeclarada no leste da região de Cyrenaica, que vinha reclamando de negligência por parte do governo central e assumindo reivindicações de federalização. Eles exigem ainda um sistema de partilha das receitas do petróleo com o governo central e uma investigação sobre a corrupção.
Da Redação do Vermelho,
Com informações do portal All Africa