Lavrov reafirma disposição da Rússia a dialogar com a Ucrânia

O ministro de Assuntos Exteriores Serguei Lavrov reafirmou nesta segunda-feira (26) a disposição da Rússia a dialogar com o presidente eleito da Ucrânia Piotr Poroshenko, mas sem nenhum intermediário, explicou.

Lavrov disse em coletiva de imprensa que o próprio presidente Vladimir Putin em diversas ocasiões expressou a vontade de Moscou de dialogar com os representantes de Kiev.

Estamos preparados para um diálogo com Poroshenko, assegurou o chanceler russo, ao explicar que seu país não precisa de intermediários.

Poroshenko ganhou a eleição presidencial ucraniana, antecipada depois do golpe de Estado de fevereiro passado, contra a ex-primeira ministra Yulia Timoshenko, com 53,7%, segundo apuração preliminar.

O chefe da diplomacia russa que seu país está pronto para a cooperação com os Estados Unidos e a União Europeia para concluir a materialização do plano relativo a uma solução da crise ucraniana, mas em relação às relações bilaterais duvido muito que precise de uma mediação, expressou Lavrov.

O ministro cumprimentou os primeiros comentários do virtual vencedor das eleições presidenciais na Ucrânia sobre o interesse em propiciar um diálogo real com a Rússia e de realizar uma visita ao território do Donbass, no oriente ucraniano, onde a maioria da população não reconhece a legitimidade das eleições e onde continuam as ações repressivas contra os opositores e as milícias populares.

Não obstante, o chanceler manifestou ter confiança que as novas autoridades ucranianas cumpram o plano sugerido pela Organização para a Segurança e Cooperação em Europa (OSCE), que contempla em princípio o fim do conflito armado e negociações com representantes de todas as regiões.

Lavrov enfazitou que a ONU e a OSCE devem exigir a Kiev uma investigação objetiva sobre a tragédia em Odessa, dia 2 de maio, onde morreram mais de 100 pessoas e muitos ativistas continuam desaparecidos, segundo testemunhas.

A partir da Rússia, o ex-presidente deposto Víktor Yanukóvich declarou em um comunicado que respeitava a escolha do povo ucraniano nas últimas eleições, mas considerou que para sua legitimação era necessária a participação do sudeste do país.

Yanukóvich expressou que muitos eleitores dessas regiões foram ofendidos e humilhados pelas ações das autoridades ilegítimas que chegaram ao poder mediante um golpe de Estado armado. A maioria dos eleitores em Donetsk e em Lugansk não saiu a votar domingo.

Fonte: Prensa Latina