Campanha de Dilma já havia anunciado mudanças antes das denúncias

A manchete principal do jornal O Globo noticiou nesta segunda-feira (8) que a equipe de campanha da presidenta Dilma Rousseff sofreu alterações após as denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. As alterações, no entanto, já haviam sido anunciadas. Em artigo publicado pelo jornalista Paulo Moreira Leite, no site Brasil 247, aponta que a Globo publicou notícia falsa como nota de 3 reais. Segue abaixo:

"Campanha da Dilma muda após delação de corrupção milionária", disse a primeira página do jornal.

Conforme o Globo, a entrada do ministro Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, na coordenação da campanha de Dilma foi realizada como uma resposta às denúncias de Paulo Roberto da Costa. Segundo sua versão, a chegada de Rossetto teve como finalidade enfraquecer o deputado Rui Falcão, presidente do PT, que pertence a mesma corrente petista ligada ao escândalo da Petrobras".

O problema é que se trata de notícia velha e errada. "PT monta força-tarefa para enfrentar alta de Marina," disse manchete do Estado de S. Paulo, na manhã da última sexta-feira (5), vinte e quatro horas antes da Veja chegar as bancas com a reportagem sobre a delação premiada.

Três dias antes do Globo, o Estadão noticiou — na primeira página — que a equipe de Dilma seria reforçada não apenas por Miguel Rossetto, mas também por Gilberto Carvalho e por Ricardo Berzoini. Não havia notícias confirmadas sobre a delação premiada, naquele momento. A Veja sequer chegara às bancas. Havia sim uma nova situação política.

Poucas semanas depois da tragédia que matou Eduardo Campos, quando Marina Silva já havia ultrapassado Aécio Neves, a campanha de Dilma procurava ampliar-se e ganhar reforços.

Para supor que a entrada de Miguel Rossetto pudesse representar o crescimento de uma tendência no comando da campanha implica em ignorar as proximidades e conexões dos outros ministros que chegaram com Rossetto, na mesma leva.

Jornais do mundo inteiro cometem erros. O curioso é cometer um erro tão fácil de ser evitado, pois estava na manchete do Estado de S. Paulo, publicação que compete com o Globo e com a Folha pela posição de liderança dos grandes jornais brasileiros.

Os mais inteligentes analistas dos erros da imprensa não ficam indignados com a publicação de notícias falsas. Sabem que errar é humano. Apenas lembram que o mais instrutivo é perguntar por que notícias erradas acabam saindo, quando era tão fácil trocar a informação errada pela certa. Basta perguntar quem ganha com o erro.

Fonte: Brasil 247