Batista: "Conclamamos a militância para ir às ruas reeleger Dilma"

O presidente estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB-RJ), João Batista Lemos, concedeu uma entrevista em que abordou a reta final desta corrida eleitoral no Brasil e no Rio de Janeiro.

Batista enfatizou fortemente a importância da reeleição de Dilma para a nação e para o povo brasileiro:

“Nós estamos a 13 dias das eleições, não podemos perder um dia, pois o Brasil está sob ameaça. Apesar de estarmos vendo uma recuperação importante nas pesquisas da candidatura de Dilma – no primeiro turno já está se consolidando em primeiro lugar – nós ainda estamos sob ameaça de uma candidatura que é uma grande aventura, que representa um retrocesso para o Brasil, essa é a candidatura da Marina Silva. Nós do PCdoB nunca tivemos dúvidas da importância estratégica da reeleição de Dilma, pelo ciclo histórico que se iniciou com Lula e pelas mudanças no campo social, democrático e nacional. Nós termos conseguido combinar o desenvolvimento com a geração de empregos e renda foi um fato de grande importância, e isso veio na contra mão do que aconteceu no mundo durante essa crise do sistema capitalista, na Europa, por exemplo, de 2002 até 2014 mais de 60 milhões de postos de empregos foram destruídos, enquanto isso no Brasil nós geramos 11 milhões de empregos. A luta agora é pra melhorar a qualidade desses empregos, como a própria Dilma disse, nós vamos lutar por mais e melhores empregos. A recuperação do salário mínimo também ajudou a recuperar o mercado interno e o poder aquisitivo dos trabalhadores. Temos também o exemplo do Bolsa Família, que atingiu os setores mais miseráveis do nosso país, e nós conseguimos tirar dezenas de milhões de pessoas dessa condição de extrema miséria e levá-las à uma condição de cidadania.

João Batista continuou afirmando que:

“Do ponto de vista da América Latina, o Brasil passou a ter muito mais influência nesses 12 anos, e de forma soberana e solidária. Em nível mundial temos a questão do BRICS, fato que contribuiu bastante para o Brasil se colocar de forma soberana também na geopolítica. Tudo isso está em risco com Marina, quando a candidata do PSB coloca, por exemplo, que o Pré-Sal deveria ficar em segundo plano, isso significa tirar o Brasil desse processo de inserção internacional, além de retirar as condições do país de investir mais em educação e saúde. Quando o povo veio às ruas em junho de 2013 foi para pedir mais Estado, mais serviços públicos; e o programa da Marina está apontando para um papel menor do Estado, para menos investimentos públicos, é um programa que caminha na contramão, que caminha novamente em direção ao ideário neoliberal. Por isso a candidatura de Marina é um retrocesso e uma aventura que joga em risco tudo que nós conquistamos. Nós temos que ir para as ruas, essa é a palavra de ordem. Nós já tivemos o Sábado Vermelho no país inteiro em defesa da Dilma. E aqui no Rio estamos nos empenhando fortemente para reeleger Dilma”, enfatizou o líder comunista no Rio de Janeiro.

O presidente do PCdoB-RJ ainda fala sobre a disputa eleitoral no estado e salienta a importância da luta para levar Lindberg ao segundo turno:

“Aqui no Rio nós lutamos para construir um campo de esquerda, porque o povo tá querendo mais, o povo tá querendo reformas estruturais. É necessária uma reforma urbana visando trabalhar a mobilidade com transporte de massa, com transporte sobre trilho. Há necessidade de lutar para virarmos essa campanha aqui no estado, é necessário que a candidatura do Lindberg se ligue mais à campanha da Dilma. É preciso que Lindberg seja hoje uma das principais lideranças do processo de mudanças no Brasil e no Rio de Janeiro. Isso significa defender a reeleição de Dilma, defender o Pré-Sal, o aumento dos salários, a distribuição de renda, o desenvolvimento com soberania nacional. É importante defender um Rio para todos, o que o Lindberg tem feito muito bem levantando as contradições sociais e até mesmo espaciais/regionais (centro/interior/periferia) que temos no estado. O Rio não pode ser mais um estado onde os serviços públicos e benfeitorias se voltem para as áreas centrais, é preciso focar também na periferia, na Baixada Fluminense, no interior, na região metropolitana como um todo. A questão das UPPs também deve ser aperfeiçoada, não podemos ter mais as UPPs concentradas somente nos bairros centrais. Nós estamos com um problema de deslocamento do crime para a Baixada e para outras regiões, o que tem sido denunciado pelos próprios prefeitos. É fundamental, também, que haja políticas públicas voltadas para a juventude, para a periferia e para o interior. Portanto, a luta para levar Lindberg ao segundo turno é muito importante, não podemos jogar a toalha, a eleição é definida nessa reta final e é possível virar. Há uma parcela muito grande da população que ainda não definiu o seu voto. E nós vamos seguir lutando para levar Lindberg ao segundo turno”.

Batista ainda fez questão de dar ênfase à relevância de defender o projeto político do Partido, lutando para a vitória nas urnas com muito empenho e unidade partidária:

“Outra questão fundamental é a defesa do projeto do nosso partido, o PCdoB precisa crescer, pois é o nosso partido que tem um compromisso maior com os interesses da nação, da classe trabalhadora e do povo brasileiro. O PCdoB tem 92 anos, uma grande história de luta, foi o partido mais perseguido na ditadura. Nós temos história, e o partido tem um projeto de nação, de desenvolvimento com maior protagonismo dos trabalhadores, com soberania nacional, com mais democracia; apontando para a necessidade de uma reforma política com o fim do financiamento privado de campanha e com o voto em lista. Defendemos uma reforma tributária que onere mais as elites e os ricos, e desonere a pequena indústria, a classe trabalhadora, o povo. E nós só poderemos avançar com o povo organizado, com os movimentos sociais politizados e com o fortalecimento do Partido Comunista. Por isso aqui no Rio precisamos eleger bem a nossa deputada federal Jandira Feghali, e lutar ainda para reeleger o segundo federal; bem como concretizar o nosso projeto no estado, que temos como meta eleger três deputados (as) estaduais, fortalecendo o conjunto da nossa chapa estadual, lutando para sairmos vitoriosos dessa caminhada”.

O líder dos comunistas no Rio de Janeiro destacou a relevância desta eleição e conclamou a militância para ocupar as ruas rumo à vitória:

“Quero conclamar a nossa militância para ir às ruas, essa eleição está diferente das outras, é uma eleição onde se intensificou a aversão à política e aos políticos, por isso o peso da militância esclarecida é ainda mais decisivo. O trabalho nas ruas nessa reta final, o corpo a corpo, o diálogo com o eleitor buscando amarrar o voto, serão fundamentais. Nesse sentido convocamos a militância a fortalecer os Sábados Vermelhos, ocupando os espaços públicos onde haja concentração de pessoas, levando as bandeiras do partido e de nosso candidatos, e defendendo fortemente o nosso projeto político. Precisamos ter muita unidade partidária, unidade em torno do nosso projeto, e de muita vontade política”, finalizou João Batista Lemos.