Khamenei alerta sobre possíveis armadilhas em diálogo nuclear iraniano
O líder supremo da Revolução Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu que a equipe que negocia o acordo nuclear com as seis potências mundiais fique alerta a possíveis armadilhas ou subterfúgios.
Publicado 12/03/2015 16:53

Khamenei reafirmou a confiança nos diplomatas que lideram, em nome do Irã, as conversas com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) em busca de um acordo que ponha fim à disputa com o Ocidente pelo programa atômico nacional.
"A equipe designada pelo presidente (Hassan Rouhani) para as negociações é formada por indivíduos bons e confiáveis que tentam assegurar os interesses do país", disse a máximo guia espiritual iraniano.
“No entanto, é preciso estar alerta com relação a dupla moral do G5+1 nas negociações”, apontou Khamenei durante uma reunião com o recém eleito chefe da Assembleia de Especialistas, aiatolá Mohammad Yazdi, e outros teólogos dessa entidade encarregada de eleger e supervisionar suas atividades.
Ele aconselhou que fiquem atentos e disse que, "é claro, estou preocupado porque a outra parte está imersa em decepção, armadilha e está apunhalando pelas costas", em referência a uma carta enviada por senadores republicanos dos Estados Unidos a autoridades iranianas para inibir as negociações.
Na opinião de Khamenei, o comunicado revelou o colapso da ética política no sistema estadunidense e destacou que o G5+1, em particular Washington, adota um tom mais severo cada vez que se aproxima o prazo para atingir um acordo integral.
"Isso faz parte das manobras e armadilhas", assinalou o líder supremo ao recusar acusações da Casa Branca a Teerã por supostamente apoiar o terrorismo e as qualificar de "absurdas, ordinárias e repugnantes".
Depois de mais de um ano de negociações guiadas pelo acordo interino ou Plano de Ação Conjunta assinado entre o Irã e o G5+1 em novembro de 2013 em Genebra, as partes procuram fechar um entendimento político dia 31 deste mês frente a um acordo nuclear final e integral para, no mais tardar, dia 30 de junho.
O enriquecimento de urânio e as sanções econômicas impostas pelo Ocidente a Teerã são os principais pontos de discórdia, porque a república islâmica deseja que sejam respeitados seus direitos a manter e desenvolver essa tecnologia nuclear pacífica e que se eliminem completamente as medidas punitivas.
Para dia 15 de março está prevista outra rodada bilateral de conversas entre o chanceler Mohammad Javad Zarif e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Lausana, Suíça, prévio a uma fase de conversas gerais entre o país persa e as seis potências mundiais.
Fonte: Prensa Latina