Palestra 'O que querem os (as) comunistas' é ministrada no sábado
A Secretaria de Formação do PCdoB de Goiás promoveu, na manhã deste sábado, 28, no auditório Solon Amaral da Assembleia Legislativa, palestra ‘O que querem os (as) comunistas?’, ministrada pelo camarada Euler Ivo, secretário de Formação do Comitê Estadual.
Publicado 30/03/2015 15:57 | Editado 04/03/2020 16:43

Abaixo, segue texto de Euler Ivo sobre o que foi falado durante o curso. Esse texto também foi publicado no sábado, dia 28, no Diário da Manhã, um tradicional jornal goiano.
O que querem os comunistas?
Ao completar 93 anos de existência, o Partido Comunista do Brasil mantém o frescor das ideias avançadas para o nosso tempo. O PCdoB é a organização de um sonho. Como um sonho pode ser organizado?
O PCdoB é exatamente o sonho da igualdade entre os homens, de uma sociedade igualitária. Toda a humanidade sonha com isso. Essa luta originou organizações em todos os países no mundo todo. Os comunistas, em todos os lugares, lutam junto ao povo para melhorar a vida das pessoas em suas necessidades imediatas, mas com a consciência da necessidade de também debater o futuro da luta da humanidade. Sobre esse ponto: com tantos anos escuros de existência e de luta, os comunistas entendem que só é possível uma transformação verdadeira e segura das condições da vida do povo em uma outra sociedade, com outro sistema econômico. Hoje vivemos no capitalismo, mas queremos o socialismo num futuro mais distante. Os comunistas entendem que o socialismo vai se desenvolver numa sociedade nova, no comunismo.
Entendemos que o capitalismo é limitado e nunca atenderá aos interesses da maioria da população, nunca promoverá a igualdade de oportunidades. É um sistema perverso que recorre a guerras, a matanças, à destruição da produção e da natureza. Suas crises cíclicas levam à destruição de pessoas, das forças de produção, dos produtos e das regiões como forma de renovar o sistema. Essa característica está nas suas entranhas, no mito de que a propriedade privada é sagrada, eterna (e não uma invenção do homem). A propriedade privada tem evoluído ao longo de décadas e séculos e se concentrado em um grupo cada vez menor e restrito de empresas multinacionais. Ocorre que a propriedade capitalista concentrada caminha para o capitalismo de estado. Entendemos que o futuro do capitalismo de estado deve levar ao socialismo. E que, no socialismo, as riquezas concentradas em cada país passam para o povo de cada país. O futuro da propriedade de estado é se tornar pública, quer dizer, socialista e não mais capitalista. Essa nova realidade permitirá que as riquezas produzidas na sociedade sejam usufruídas por todos.
Essa transição do capitalismo do estado para o socialismo demanda muito tempo. O socialismo também é um sistema de transição para o comunismo. No socialismo, no início de sua implantação, ainda teremos formações e formas de produção capitalista, assim como no capitalismo ainda temos resquícios do sistema mais atrasado que o antecedeu, o feudalismo. A passagem do capitalismo para o socialismo e deste para o comunismo não é uma mudança que se dá por passe de mágica. Cada país, dentro da sua realidade histórica, política e econômica, faz uma trajetória para avançar rumo ao socialismo. Os comunistas sabem que as conquistas não vêm de uma só vez. Uma conquista se liga à outra. É uma luta longa. Hoje no Brasil vivemos num país capitalista, dependente e em evolução. Não é possível dar passos fora da ampla realidade existente.
Os comunistas se organizam em núcleos que buscam mobilizar o povo para a luta pelos direitos trabalhistas, nas escolas, fábricas e no campo. Se organizam para defender o povo, para ter esperança, para atuar sobre como superar as suas dificuldades pessoais e coletivas.
Por isso, o PC do B e os comunistas sentem o dever de ser o impulso para a superação do capitalismo. A soma dos esforços dos comunistas junto à comunidade em cada lugar levou os comunistas a entenderem o valor da política. Uma política não para si próprio ou para uma minoria e sim para a maioria, para o povo trabalhador.
O PC do B foi fundado em 1922 e, desde então, foi perseguido pelos poderosos. Participou em todos os momentos políticos importantes da história do nosso país. Há 30 anos vivemos o mais longo período de legalidade. Atuamos ao lado de homens e mulheres de luta, dos movimentos sociais e de outros partidos orientados pela aliança que temos em nível nacional, observando a realidade em cada estado.
Hoje compomos a base do Governo Dilma e apresentamos o novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, que é um projeto ainda dentro dos marcos do capitalismo, mas que deverá fazer o Brasil continuar avançando, aumentar o poder aquisitivo, investir na tecnologia aplicada à produção, investir na nossa competitividade, na infraestrutura e na educação. Esse é o caminho. Também lutamos por uma política econômica que não privilegie os interesses dos grandes grupos econômicos e sim da maioria da população. Entendemos que o governo Dilma tem avançado nesse sentido. Mesmo enfrentando crises circunstanciais, deverá superar as dificuldades, retomar o desenvolvimento e assegurar as conquistas do povo brasileiro dos últimos 10 anos. Defendemos nossas riquezas como a Petrobrás e não aceitamos interferências estrangeiras imperialistas em nossas decisões.
Somos pela autodeterminação de cada povo. Somos defensores da democracia. Somos contra o golpismo e contra a corrupção de qualquer tipo. Lutamos pela democratização dos meios de comunicação e do Poder Judiciário. Queremos uma reforma política que fortaleça a democracia. Queremos reformas estruturantes. É isso o que querem os comunistas!