Dia 12: O voto dos haitianos em Dilma e o braço armado do PT
O amigo leitor já ouviu a história de que o PT trouxe 50 mil haitianos para votar na Dilma em 2014? E a que diz que a organização criminosa paulista PCC é, na verdade, um braço armado do PT? Caso tenha ouvido estas escabrosas histórias, com certeza achou difícil aceitar que exista quem leve a sério tais fantasias.
Publicado 15/04/2015 17:48

Provavelmente seria uma pessoa sem o mínimo grau de consciência crítica e, portanto, facilmente manipulada. Ouço daqui inclusive um leitor afirmar que tem certeza de que ninguém acreditaria nisso. Ledo engano, caro amigo. Pesquisa coordenada pela professora Esther Solano, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP), com manifestantes que compareceram à Avenida Paulista no dia 12, mostra que 42,6% dos manifestantes acreditam na primeira história e 53,2% na segunda. 68,5% declararam que têm nível superior completo, o que revela sem dúvida o quanto temos de avançar na qualidade de nossa educação, e 51,8% dos manifestantes disseram ter na revista Veja sua principal fonte de informação. Está explicado.
Fascismo avança na mídia
A mídia hegemônica nada tem de livre ou isenta. Provas disto existem à mão cheia. Quem não mora em São Paulo talvez não conheça Claudio Carsughi, ou o conheça apenas de sua presença em programas esportivos dos canais pagos. Mas o jornalista de 82 anos, só na rádio Jovem Pan tem nada menos do que 60 anos de profissão. Tem não, tinha. Nesta segunda-feira (13) foi demitido. E Carsughi sabe por quê: “a rádio está passando por uma mudança de perfil. Ela assumiu uma postura de direita, que nunca tinha tido. Sempre se ouvia os dois lados. Hoje tem uma posição frontalmente contrária ao PT, à Dilma, ao Lula. Talvez com isso espere o retorno publicitário com empresas do mesmo perfil'', disse o comentarista.
Enquanto Vaccari é preso…
Trecho de um artigo de Paulo Nogueira, publicado nesta quarta-feira (15) no DCM: “Aécio pode fazer o que quiser – construir um aeroporto em terras da família para uso privado, colocar a irmã numa posição em seu governo que permitia a ela alimentar as rádios da família de dinheiro público, ser citado por um delator como dono das propinas oriundas de uma diretoria numa estatal e por aí afora. Não vai lhe acontecer nada. A amizade que ele cultivou com os coronéis da mídia lhe garante, como certos protetores solares anunciam, blindagem 24 horas por dia. E então você tem a seguinte situação: para a justiça brasileira, alguns são mais iguais que os outros. Numa manifestação de franqueza brutal, um deputado do PSDB acusado de delinquências disse, pouco tempo atrás, que como não era do PT, não seria preso”.
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