Youssef e empresário são condenados por lavagem de dinheiro

O juiz federal Sérgio Moro condenou nesta quarta-feira (6) o doleiro Alberto Youssef e o empresário Carlos Habib Charter, dono do posto de gasolina que originou o nome da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por lavagem de dinheiro.

Youssef

De acordo com a sentença, o doleiro, o empresário e um funcionário ajudaram a ocultar valores desviados do esquema de corrupção julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470. A decisão refere-se às investigações preliminares que deram origem à Lava Jato, que investiga desvios de recursos na Petrobras.

De acordo com denuncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), Youssef e Charter auxiliaram o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), falecido em 2010, na ocultação de valores recebidos por ele no esquema de corrupção montado pelo publicitário Marcos Valério. Segundo a investigação, Janene recebeu R$ 4,1 milhões, dos quais R$ 1,1 milhão foi desviado para a empresa Dunel Indústria, que tinha ex-deputado como sócio. Janene não foi condenado, porque morreu antes do julgamento da Ação Penal 470.

Na defesa encaminhada ao processo, os advogados de Habib Charter alegaram que o acusado desconhecia a origem ilícita do dinheiro repassado por Janene. Por assinado acordo de delação premiada, Youssef ficará preso em regime fechado três anos, somando a penas de todas as ações penais que ele responde na Justiça Federal em Curitiba. Após o cumprimento do período, o doleiro poderá progredir para o regime domiciliar.

Sérgio Moro, contudo, absolveu Youssef, Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Habib Chater e Ediel Viana da Silva do crime de formação de quadrilha, por entender que os doleiros lideravam grupos diferentes que foram desbaratados pela Lava Jato. Youssef e Carlos Costa também foram absolvidos dos crimes de apropriação indébita e estelionato, pois o próprio Ministério Público Federal entendeu que não havia prova contra eles destes crimes.

Fonte: Agência Brasil