Jô Moraes: Salvar o Brasil da chantagem de Cunha
O Brasil desperta nesta quinta impactado pelo absurdo da sua situação política. A população do país vinha assistindo nos últimos dias, em inúmeras entrevistas, o esforço do presidente da Câmara para explicar sua riqueza não declarada, depositada no exterior, riqueza essa vinda duma tal de carne moída.
Por Jô Moraes*
Publicado 03/12/2015 14:46

Os movimentos da Procuradoria Geral da República, que já acumulava provas para pedir providências na justiça contra o parlamentar levou a sociedade a esperar a aprovação de abertura de inquérito contra Eduardo Cunha, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Muitas manobras regimentais foram feitas, pelos defensores de Cunha, para atrasar a apreciação da matéria.
No mesmo dia em que os deputados do PT declararam seu voto favorável à abertura do inquérito contra Cunha, ele chamou uma coletiva e anunciou que iria acatar o processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Na sua visão esta seria a melhor forma de escapar do julgamento. Todo mundo se volta para o impeachment da Dilma e ele escapa dos rigores da lei.
Agora o Brasil vai ter que escolher: ou faz o jogo do Cunha e o livra, mesmo que temporariamente, da justiça, ou afasta o Cunha da presidência da Câmara e retoma o debate da crise e de suas saídas.
O processo de impeachment pode levar 6 meses de tramitação, consumindo as energias do país com algo que não tem sustentação jurídica. Os trabalhadores sabem que isso é menos direito e mais desemprego. Os empresários sabem que é mais instabilidade econômica e menos políticas para a retomada do desenvolvimento. Os democratas sabem que é menos estado de direito, mais intolerância nas ruas.
Agora é a hora de estarmos nas ruas defendendo o fim da república da chantagem! Agora é a hora de defender a soberania do voto popular. A presidenta eleita fica. Dilma continua presidenta!