Movimento social reprova agenda do impeachment
Durante o lançamento do movimento Compromisso pelo Desenvolvimento proposto nesta quinta (3) por trabalhadores e empresários como alternativa à crise, lideranças presentes ao ato classificaram o acolhimento do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma, conduzido pelo deputado Eduardo Cunha, ocorrido na quarta-feira, como elemento desestabilizador no frágil contexto econômico porque passa o Brasil.
por Railídia Carvalho
Publicado 04/12/2015 10:05

“A posição do Eduardo Cunha é chantagista, imoral e golpista. Advoga a defesa de uma agenda conservadora e repressiva que desrespeita o resultado das urnas. É um atentado à democracia”, avaliou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
O presidente da associação nacional dos veículos automotores, Luiz Moan, destacou que o encontro que oferece alternativas para o Brasil não poderia ter acontecido em melhor hora, referindo-se ao acatamento do pedido de impeachment.
“Eu vejo que todas as instituições estão funcionando e com certeza esse é o caminho constitucional e é o que vai prevalecer”, opinou Luiz.
Para Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), a democracia não pode estar na mira de uma chantagem e rebateu a justificativa divulgada pelo deputado que afirmou, nas redes, ter atendido a voz das ruas.
“A voz das ruas não está pedindo este impeachment furado. As ruas estão lutando contra ele, como as mulheres em todo Brasil pelos direitos reprodutivos. As ruas estão contra o fechamento das escolas aqui em São Paulo. O Cunha não representa a voz das ruas”, ressaltou Carina.
Segundo ela, a UNE vai às ruas contra o impeachment e pelo Fora Cunha. “Nesta semana a diretoria da UNE vai se reunir para discutir as próximas ações”, complementou.
Na opinião de André Tokarski, secretário nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, o documento Compromisso pelo Desenvolvimento revela a pauta real do país, que é a retomada do crescimento, pela geração de renda e preservação dos empregos.
“A postura do Cunha demonstra um revanchismo que põe a perder os interesses do país, agrava e alonga um cenário de profundas incertezas”, definiu André.
Ele informou que nesta sexta (4) acontecerá em São Paulo a reunião do Fórum Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, organizado para discutir a situação política e a crise no Brasil. “Essa agenda do impeachment, agora com essa nova situação, se coloca como pauta certa da discussão”, finalizou.