Randolfe derruba tese de Janaína e ela cai na própria mentira

Na sessão para ouvir os denunciantes na Comissão Especial do Senado, nesta quinta-feira (28), escancarou que a manobra para fundamentar o pedido de impeachment. Janaína Pascoal, a advogada autora junto com Miguel Reale Jr. do pedido de impeachment, tem dito que não há elementos para o impeachment do vice-presidente Michel Temer. 

janaína-paschoal1 - ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

No entanto, durante a oitiva, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fez questionamentos que levaram a jurista a admitir que, com base na sua tese, levaria também a pedir o afastamento do vice-presidente. O parlamentar pontuou decreto por decreto dos créditos suplementares e, em seguida, pediu a opinião de Janaína. Ela não se fez de rogada e afirmou que tais créditos suplementares sem a devida autorização do Congresso Nacional configuram crime de responsabilidade e devem ser punidos por meio do impeachment.

"Muito bem, fico feliz com sua opinião, porque a senhora acabou de concordar com o pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer", afirmou Randolfe. "Essas ações que eu li foram tomadas pelo vice", completou.

Visivelmente constrangida ao perceber que caiu na própria mentira, Janaína tentou justificar a contradição. "O vice-presidente assina documentos por ausência do presidente, por delegação. Neste caso, não há o tripé de crimes continuados e intercalados entre si", disse.

Antes de ser vice-presidente da República e conspirador do gabinete do golpe Temer é jurista e professor de direito constitucional. Certamente, antes de assinar um documento lê ou é informado sobre do que trata tal documento. Então, a justificativa de Janaína cai por terra.

Janaína também deixou escapar a informação de que teria recebido R$ 45 mil do PSDB para elaborar o pedido, evidenciando relação de interesse comercial da advogada na atuação no processo de impeachment, apesar do discurso inflamada e do choro encenado ao fim da sessão.