Cassado, processo de Cunha na Lava Jato irá para primeira instância

A ação foi justamente a causa de sua cassação. Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Cunha negou que tivesse contas na Suíça. No entanto, após investigações ficou comprovado que ele era titular não apenas de uma conta, mas de cinco. Em uma delas, o peemedebista é acusado de receber ao menos US$ 5 milhões em propina do contrato da Petrobras com um estaleiro. Nesse processo, ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Além disso, pesam contra Cunha outros seis inquéritos, um pedido de abertura de investigação, uma ação de improbidade e de uma ação cautelar com pedido de prisão.

A Justiça Federal no Paraná pode receber a ação penal em que Cunha é réu por ter contas não declaradas no exterior e, provavelmente, a ação cautelar com o pedido de sua prisão. Nesse processo, ele foi denunciado por prática de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e declaração falsa em documento eleitoral. Ele nega ter contas em seu nome no exterior.

Quanto aos inquéritos, dois deles podem ir para a Justiça Federal do Rio de Janeiro, sendo que um deles apura se ele recebeu propina para liberar recursos do FI-FGTS para o Porto Maravilha. O outro investiga a participação do ex-deputado em fraudes em Furnas, estatal mineira que também é alvo de denúncias de esquema de propinas com o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG).

Delação

Cunha nega que fará qualquer acordo de delação. Mas disse que pretende escrever um livro sobre os bastidores do impeachment. "Esses serão tornados públicos na sua integralidade", prometeu logo depois de ser cassado.