Cerveró paga R$ 6 milhões e Moro devolve apartamento em Ipanema
Condenado e preso na Operação Lava Jato, Nestor Cerveró depositou R$ 6 milhões numa conta judicial e recuperou o luxuoso apartamento que comprou com dinheiro de propina em Ipanema, no Rio de Janeiro. O imóvel havia sido sequestrado na operação. O juiz Sérgio Moro autorizou a devolução.
Publicado 09/03/2017 13:43

Um apartamento na região de Ipanema onde fica a cobertura de Cerveró tem um valor de mercado bem mais elevado do que os R$ 6 milhões que fizeram Moro aceitar a devolução do imóvel.
Só que, ao contrário de Cerveró, 23 milhões de brasileiros desempregados não podem recuperar o que foi perdido por não estarem trabalhando. Não puderam receber de volta a comida que não comeram, os remédios que não puderam comprar, o tratamento médico, a segurança e a educação que precisavam e não tiveram, após a crise que se instalou no país com os escândalos de corrupção que destruíram a empresa responsável por 60% do PIB nacional, em investimentos.
Enquanto mergulhamos nessa realidade, esse membro da quadrilha responsável por destruir o país cinicamente deposita R$ 6 milhões e tem de volta um apartamento no metro quadrado mais caro do país.
Enquanto isso, a Avenida Vieira Souto da mesma Ipanema se torna palco de assassinatos televisionados. Quando a Vieira Souto era citada na mídia? Apenas quando se falava que seu metro quadrado chega a custar US$ 15 mil.
São poucas as perguntas que queremos fazer. Preso, com tornozeleira, Cerveró não pode ter ganho esses R$ 6 milhões por meio do suor do trabalho. Como esse dinheiro nunca foi sequestrado pela Justiça?
Com os estados brasileiros em crise profunda, não há economista sério que ouse dizer que o Brasil está voltando aos trilhos. E o país assiste a esse senhor, parte de uma quadrilha de doentes, destruindo famílias e a estrutura do país.
Não se pode permitir que a Justiça tenha cometido esse engano. O juiz Sergio Moro não pode ter cometido esse engano. O Ministério Público não pode ter cometido esse engano.
Nosso povo – desempregado, sem salário, com fome, sem segurança e sem saúde – não pode admitir esse engano.