Centrais propõem alternativa ao fim da contribuição sindical
Representantes do movimento sindical reuniram-se nesta quinta-feira (20) com o presidente Michel Temer e sugeriram uma alternativa ao fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, medida aprovada com a reforma trabalhista, no último dia 11 de julho.
Publicado 21/07/2017 11:09

Na pauta da reunião estavam os 5 pontos considerados mais graves da reforma aprovada e sancionada por Temer e que devem ser incluídos e revistos em uma Medida Provisória prometida pelo governo.
São eles o trabalho da mulher lactante e gestante em locais insalubres, as regras para o trabalho intermitente, a assistência dos sindicatos na homologação de rescisões de contrato de trabalho, a ampliação de jornada de trabalho e a sustentação financeira dos sindicatos.
Proposta fascista
"Em uma democracia, há luta, mas ter como objetivo aniquilar o adversário não nos parece o mais correto. E acabar com a contribuição sindical e não colocar nada no lugar é uma proposta fascista", afirmou o secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes.
De acordo com as regras determinadas pela nova lei trabalhista, a partir de janeiro de 2018 os sindicatos não terão mais direito à contribuição obrigatória o que os privará de grande parte de sua receita, podendo inviabilizar a sua existência.
Preocupadas com um eventual enfraquecimento das organizações, as centrais propuseram a Temer que as categorias decidam em assembleia o valor da contribuição opcional.
O dirigente da CTB destacou que basta conhecer a diferença que existe entre os ganhos garantidos pela lei e os proporcionados pelos acordos coletivos das categorias para entender a importância da atuação sindical na conquista de mais direitos e garantias na negociação com o patronato.
"A diiferença é brutal. Então, se o trabalhador tiver consciência disso, ele vai saber que compensa contribuir com o sindicato", afirmou, ao defender a realização de campanhas de esclarecimento junto aos trabalhadores(as).
As centrais aguardam ainda um posicionamento formal do governo sobre a contribuição sindical e os outros quatro pontos da pauta de reivindicações.
Participaram da reunião representantes da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), além dos deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Roberto de Lucena (PV-SP) e dos ministros do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e da Casa Civil, Eliseu Padilha.