Publicado 14/08/2018 15:34

A confiança de empresários e consumidores continua baixa, o que dificulta os investimentos e o consumo. Isso impede uma recuperação mais forte da economia", analisa o gerente-executivo de Política Econômica da entidade empresarial, Flávio Castelo Branco. A incerteza eleitoral também é citada na análise.
Os dados da CNI – que em grande medida inspirou o modelo de "reforma" trabalhista aprovado em 2017 – apontam algum alento em junho, mas insuficiente, de acordo com a confederação, para recuperar perdas que teriam sido provocadas pelo movimento dos caminhoneiros. "A recuperação não levou a indústria para o ponto onde estava antes da paralisação", diz o boletim. "É preciso ter cautela com os dados que mostram a recuperação de junho. Na verdade, não há motivos para comemorações", afirma Castelo Branco.
De acordo com o Fato Econômico, de abril para junho houve queda no nível de emprego (-0,3%), nas horas trabalhadas na produção (-0,5%), na massa salarial (-1,8%) e no rendimento médio (-2%). A utilização da capacidade instalada recuou 1,4 ponto percentual. O que aumentou foi o faturamento: 5,4%.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) está em 50,2 pontos, "praticamente em cima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança". Uma das razões, segundo a CNI, está na discussão sobre o frete mínimo.
Nesse cenário, a CNI já revisou para baixo sua projeção sobre o Produto Interno Bruto (PIB) industrial de 2018. Dos 3% previstos no início do ano foi para 1,8%.