Em ritmo chinês

Disse, nessa última quarta-feira, um dos principais jornais diários do país, especializado em economia, que a atual crise econômica mundial atingiu o Brasil no momento em que o Produto Interno Bruto cresceu na faixa de 6,8% em setembro. E que pode encerra

Será o maior ritmo desde o Plano Cruzado, sendo que os fundamentos da macroeconomia encontram-se em situação incomparavelmente melhores. No terceiro trimestre deste ano a demanda interna atingiu o patamar de crescimento na base de 9,4% em relação a igual período de 2007. “Quase em ritmo chinês”, proclama o jornal. Sendo que, amparado por uma massa salarial 10% maior, o consumo das famílias brasileiras aumentou em 7,3% comparado ao mesmo período de 2007.


 


Declara que o crescimento do investimento interno tem sido superior ao do PIB, alertando que é justamente esse componente decisivo ao ritmo atual da economia que sofrerá a maior desaceleração nos próximos trimestres em razão da tendência generalizada de recessão da economia internacional.  


 


Na verdade, é pouco provável, por concepções de ordem estratégica, que o crescimento do Brasil, na atualidade, atinja a dimensão chinesa do “socialismo de mercado”. Não existe uma economia planejada, de longo curso, e nem temos uma firme presença dirigente do Estado nacional.


 



Mesmo assim, a mídia da área econômica, avessa a qualquer tipo de socialismo ou de um Estado mais condutor dos rumos nacionais, passou a considerar o ciclo virtuoso de várias décadas de crescimento dos chineses como algo que pode ser observado por países emergentes como o Brasil. 


 



Essa visão cresceu mais ainda quando o terremoto financeiro abalou as estruturas das economias européia e norte-americana e ao mesmo tempo surgiu a quebradeira assustadora de grandes bancos de investimentos e poderosas empresas multinacionais, provocando a descrença em relação ao papel do mercado como regulador absoluto das economias.


 



Na verdade, o caminho do crescimento brasileiro é muito próprio e corresponde às suas características econômicas, geopolíticas, às suas dimensões continentais, à formação cultural do seu povo, às suas permanências e renovações.


 


 
Por outro lado, vivemos bons momentos de crescimento, porém, longe de saldar um déficit social terrível e desagregador. Precisamos de décadas. E são graves as atuais ameaças à integridade do nosso território, à nossa sociedade miscigenada, portanto à nossa soberania. Condição essencial a uma civilização mais avançada.

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