Um canto de amor e outro de guerra

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Nesta manhã calorenta, uma cigarra canta ao longe. Duas, três, chamando as fêmeas para o acasalamento. Concorre com elas o serralheiro da rua de baixo. São gritos estridentes, semelhantes. Elas afinam o gogó pois a competição é acirrada. Um corta o ferro daqui e a outra trepida a garganta de lá, caprichando na resposta. Há uma guerra declarada. A cigarra canta livre o amor e o homem responde com ferro e fogo, aprisionando-se nas grades de sua propriedade.

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