Publicado 07/08/2019 13:09

A primeira reportagem publicada pelo Portal conta como Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, usou a Rede Sustentabilidade como laranja para extrapolar suas atribuições e propor uma ação no STF contra o ministro Gilmar Mendes.
O The Intercept Brasil já havia demonstrado como os procuradores do Paraná planejaram investigar e investigaram ilegalmente ministros do STF. Este tipo de investigação não cabe à força-tarefa – vai contra a lei o fato de procuradores empenharem recursos, informações sigilosas e sua rede de contatos para abrir fogo contra ministros que consideram inimigos.
De acordo com a newslwtter do The Intercept Brasil, as mensagens reveladas pelo UOL mostram que, insatisfeitos com algumas decisões tomadas por Gilmar Mendes, os procuradores de Curitiba planejam uma ação no STF contra o ministro. É o próprio Dallgnol quem sugere um caminho para os colegas: "melhor solução alcançada: ADPF da Rede para preservar juiz natural". Diz o UOL sobre a estratégia do chefe da força-tarefa:
"A manobra tinha como objetivo driblar as limitações de seu cargo: Deltan e seus colegas de Lava Jato são procuradores da República, primeiro estágio da carreira do MPF (Ministério Público Federal) e só podem atuar em causas na primeira instância da Justiça Federal. Por isso, têm atribuição de atuar em processos da 13ª Vara Criminal Federal, comandada até novembro pelo ex-juiz Sergio Moro."
Como não podia protocolar a ação, Deltan usou o partido Rede Sustentabilidade como laranja. A negociação foi relatada por ele aos colegas: "Randolfe: super topou", disse. Dois dias depois da mensagem, a Rede, de fato, protocolou a ADPF no Supremo.