A “Pequena África Paulistana”

Livro de Tadeu Kaçula retrata a Casa Verde, o “bairro mais negro” de São Paulo (SP), marcado por suas tradições étnico-culturais

O que têm em comum o campeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva, o artilheiro Serginho Chulapa, os sambistas Seu Carlão (Peruche) e Hélio Bagunça (Tom Maior), os compositores Idval e Zelão – os dois maiores campeões de samba de enredo do carnaval paulistano – e o jornalista Evaristo de Carvalho? Todos eles são da Casa Verde, o “bairro mais negro” de São Paulo (SP), segundo o sociólogo, pesquisador e também sambista Tadeu Augusto Matheus, o T Kaçula.

Nos últimos seis anos, ele investigou as origens e as tradições étnico-culturais da Casa Verde – um dos bairros mais conhecidos da Zona Norte de São Paulo. “Os três primeiros anos foram dedicados à pesquisa e à escrita. Os três seguintes foram de maturação, afeto e revisão das histórias da Casa Verde”, explica Kaçula.

O resultado de seu trabalho é Casa Verde – Uma Pequena África Paulistana (Editora LiberArs), que será lançado na tarde de 26 de janeiro, no Espaço Cruz da Esperança. O livro tem prefácio do professor doutor Juarez Xavier e uma chamada especial do ator Ailton Graça. A capa conta com uma ilustração de Elifas Andreato.

Casa Verde – Uma Pequena África Paulistana é fruto de uma grande pesquisa em arquivos e fontes oficiais, além das histórias de personagens e tradições da região. É o caso das festas negras do bairro, como a que acontece todo segundo domingo do ano e que é promovida pela irmandade de São Benedito, dos Pretos Católicos, na rua Galileia – com comida, samba, cortejo e congada. Kaçula parte desses exemplos para debater o “apagamento” dos territórios negros de São Paulo, que foram atingidos, ao longo de décadas, pela especulação imobiliária e pela política eugenista do Estado.

Tadeu Kaçula, autor de Casa Verde – Uma Pequena África Paulistana

Tadeu Kaçula é formado em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), mestrando em Mudança Social e Participação Política pela Universidade de São Paulo (USP) e articulador nacional da Nova Frente Negra Brasileira (NFNB).

Há 20 anos, fundou o Instituto Cultural Samba Autêntico, que, em 2020, ganhará sede no mesmo prédio do Bar da Dona Tati, na Barra Funda. O novo espaço terá encontros mensais com grupos de estudos sobre a tradição da cultura negra em São Paulo e no Brasil.

SERVIÇO

Lançamento do livro Casa Verde – Uma Pequena África Paulistana

– Data: 26 de janeiro, domingo, às 14 horas

– Local: Complexo Esportivo Cruz da Esperança (R. Marambaia, 802 – Casa Verde –São Paulo)

Saiba mais sobre o evento no Facebook:

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