As Épocas

Há épocas em que vários fatores juntam-se, produzindo faíscas, e marcam um período rico nas mais diversas atividades humanas. Não é uma afirmação nova. Marx já declarava que havia períodos que valiam por anos e anos que cabiam em um só dia.

O incessante movimento das contradições nas sociedades, torna impossível um mundo estático. Nos tempos mais obscuros da época medieval, das inclementes perseguições, o cérebro humano jamais deixou de buscar as efetivas causas dos fenômenos, o sentido real das coisas, as explicações do que não estava revelado. Muitos terminaram ardendo nas fogueiras da inquisição.


 


 



A frase de Marx reflete uma verdade contundente. Um encontro de fatores históricos produz o surgimento, em certos momentos, de valores que brotam por quase todos os setores da atividade humana.


 



É bem verdade que essas revelações não refletem unicamente causas sociológicas, ou históricas, como quiserem. Exigem a presença do talento humano, da qualidade ou mesmo em alguns casos, da genialidade.


 



Já o movimento considerado como o pós-modernismo considera-se a vanguarda dos valores, da criação, das novidades que emergem borbulhantes, transitórias, nos tempos atuais, negando as identidades construídas pelos povos ou mesmo através da produção cultural. O resto, estaria superado, caduco. Sinceramente, não creio em tal concepção.


 



Existem ocasiões em que surge uma profusão criadora e outras de resistência dura, árida, de luta pela renovação autêntica, favorável ao desenvolvimento humano, contra as forças do atraso que, mesmo ultrapassado, insiste em permanecer dominando.


 



Nessas circunstâncias, a luta, a esperança, encontram-se sempre presentes, buscando transpor aquilo que impede o surgimento do novo, que apesar de representar o futuro, não possui, ainda, forças suficientes para ocupar o seu lugar na História.  


 


 
O período atual é de enfrentamento ao conservadorismo imposto em quase todas as esferas sociais, econômicas etc. Foi emblemático, ao final da década de oitenta, o grito arrebatado do falecido compositor Cazuza: “ideologia, eu quero uma para viver”.
Nesse consumismo, assistimos a fragmentação da identidade dos povos, o espetaculoso, o sucesso a qualquer custo, o egocentrismo. Em outras ocasiões, a consciência social organizada é quem transforma a sociedade.

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