Desafios e tarefas para os comunistas de São Paulo

Uma série de fatores colaborou para o êxito do Seminário: as detalhadas propostas de trabalho elaboradas pelas secretarias municipais; o formato da atividade, que recorreu a grupos de discussão para estimular o envolvimento geral; as inúmeras e qualificadas contribuições do conjunto dos participantes; as intervenções especiais do secretário nacional de Organização do PCdoB, Ricardo Abreu, o “Alemão”, e do deputado federal e presidente estadual do Partido, Orlando Silva.

Acima de tudo, o Seminário convocado pelo Comitê Municipal do PCdoB ocorre num contexto particular não só em São Paulo e no Brasil – mas mundo afora. Uma duradoura onda conservadora, de direita, tem levado setores ultraliberais ao poder, por meio de eleições ou golpes, impondo uma agenda nociva aos trabalhadores, à democracia e à soberania das nações. É o caso do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Em São Paulo – onde essa onda já era sentida, em parte, nas manifestações de junho de 2013 –, a situação se agravou com a vitória de João Doria (PSDB) nas eleições municipais de 2016, sob a guarida do governador paulista e também tucano Geraldo Alckmin. A despeito de suas pretensões eleitorais nem sempre convergentes, os dois mandatários do PSDB rezam na mesma cartilha neoliberal, ávidos a vender o patrimônio público, enxugar a verba para as áreas sociais e promover ajustes fiscais à custa dos trabalhadores e das periferias.

O PCdoB São Paulo tem participado ativamente das mobilizações e articulações que visam denunciar e impedir o avanço dessa política liberal e antidemocrática. É o caso do Fórum em Defesa da Cidade e da campanha “São Paulo não está à venda”, que reúne organizações sociais e partidos políticos de oposição ao governo Doria. Vamos atuar também na construção de comitês em defesa do emprego e da aposentadoria.

Em 2018, com a pré-candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República, o PCdoB terá mais espaço na sociedade para apresentar um projeto de nação soberana, desenvolvida e democrática. Mas, para reforçar a luta dos trabalhadores, dos movimentos sociais e dos setores democráticos em São Paulo, precisamos estruturar e fortalecer o PCdoB em todos os setores organizados da cidade.

Isso significa filiar um amplo número de lideranças políticas, sociais, intelectuais e democráticas, egressas dos segmentos vivos da Cidade, em todas as regiões paulistanas. O passo seguinte – e não menos importante – é organizar esses novos filiados nos organismos de base (por região, categorias, locais de estudo ou outros eixos de luta).

Além de estudar e levar adiante as resoluções do PCdoB – nos níveis nacional, estadual e municipal –, é fundamental que os organismos intermediários (sobretudo os comitês distritais e de categorias) identifiquem suas próprias pautas políticas e as principais demandas de seu território ou sua área de atuação. É nas organizações de base que os trabalhadores e a população em geral terão contato com nossas ideias e propostas – as quais serão alimentadas pela vida real e às necessidades cotidianas do povo.

São Paulo, sem dúvida, será um grande palco para tais tarefas e objetivos. Contribuiremos de forma decisiva na missão de ampliar a votação do PCdoB e vencer a cláusula de barreira – que obriga os partidos políticos a terem 1,5% dos votos para a Câmara Federal, a fim de exercerem plenamente sua representação. Vamos reeleger nosso deputado federal Orlando Silva e nossa deputada estadual Leci Brandão, buscando, ainda, ampliar a bancada comunista na Assembleia Legislativa.

Não são poucos os compromissos na ordem no dia. Mas, com um planejamento já debatido e consolidado, a unidade e o engajamento de nossa militância, a clareza no rumo e força de nossa história, partimos de uma base sólida para enraizar e impulsionar ainda mais o PCdoB. Vamos à luta e à vitória!