Educação Moral e Cívica e militarização do ensino são doutrinação pura

 Os primeiros seis meses do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), eleito com base em fake news no ano passado, representam um total desastre para o país, que perde destaque no cenário internacional e vê os empregos indo para o ralo.

No caso da educação é gritante o despreparo e o aparelhamento do Estado para entrar num processo de benefícios ao setor privado em detrimento da educação pública. O projeto de desqualificação dos docentes caminha lado a lado com a destruição da escola das filhas e filhos da classe trabalhadora.

O governo insiste na adoção da disciplina Educação Moral e Cívica (EMC), do passado, muito utilizada pela ditadura fascista (1964-1985) para transmitir às crianças e aos jovens a ideologia do regime autoritário, em substituição às importantes disciplinas de Filosofia e Sociologia, alimentadoras da criatividade e do senso crítico.

Já na reforma do ensino médio, disciplinas como História, Geografia, Artes e até mesmo Educação Física foram postas de escanteio. Soma-se isso ao projeto Escola Sem Partido – na verdade escola sem democracia e do pensamento único – a eliminação da obrigatoriedade dessas disciplinas tornam o ensino altamente opressor do pensamento e do diálogo.

A imposição da EMC no ensino público visa tirar a possibilidade de cidadania da maioria da juventude, com intenção de acabar com o pensamento autônomo. Justamente uma das funções mais importantes da escola em qualquer nível.

Instaurar novamente essa disciplina representa um enorme prejuízo para a educação pública brasileira, que caminha aos trancos e barrancos, baseada quase que completamente na boa vontade das professoras e professores, que se aliam aos estudantes para seguir em frente, mesmo com todas as dificuldades impostas por um sistema desagregador e violento.

Outro problema gravíssimo é o projeto de militarização das escolas públicas. Nesse quesito uma emenda promulgada pelo Congresso Nacional permite que policiais militares, bombeiros e integrantes de outras instituições militares assumam o lugar dos docentes. Medida tão prejudicial e grave quanto a proposta de ensino domiciliar.

Bolsonaro insiste na mercantilização da educação e na perseguição e opressão às professoras e professores como método de desestruturação das escolas a começar pelo corte de verbas das universidades federais, liquidando com a possibilidade do desenvolvimento do pensamento científico no país. Bolsonaro é o inimigo público número 1 da educação pública.

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