Estado plurinacional

O Brasil desenvolveu algumas características antropológicas ao longo do seu tumultuado e contraditório processo civilizatório que o diferencia da grande maioria das outras nações, inclusive do continente sul americano.

Tornou-se um País que fala uma só língua, a portuguesa, e não possui movimentos ou reivindicações separatistas.


 



A sua conformação cultural é um forte elemento de unidade nacional, muito embora exista uma grande diversidade regional e manifestações oriundas, fundamentalmente, de suas matrizes africanas, índia e portuguesa.


 



Mas essas diversidades confluem sempre para o sincretismo e mesmo outras tendências advindas de massivos processos de migrações posteriores, principalmente durante o século dezenove e início do século vinte, nunca constituíram elementos apartados do espírito cultural nacional, ao contrário, a ele procuram alguma forma de incorporação e identidade.
Outra característica singular dessa tendência é a inclinação à chamada antropofagia cultivada pelo povo brasileiro quando se trata de absorção de valores e linguagens, ou mesmo de modismos passageiros, provenientes da hegemonia cultural ou econômica de um determinado País.


 



Os melhores dicionários da língua brasileira de origem portuguesa constituem uma prova inquestionável desse nosso traço muito próprio. De tal maneira que a ele se contrapõem duas manifestações distintas, mas que não conseguem interpretar com a clareza necessária a sua essência.
Uma delas defende a castidade, que nunca existiu, inclusive em sua origem lusitana, da língua portuguesa no país.


 



A outra em sentido radicalmente oposto e igualmente equivocada, bate-se pelo anarquismo linguístico e a assimilação acrítica de todas as influências que por aqui desembarcam, ignorando a existência da luta pela liderança econômica, quando não militar e imperial, através da ideologia e da cultura e que a identidade de um povo é sem dúvida a última fronteira de resistência pela soberania.


 



Pela dimensão continental do seu território o Brasil é um caso singular. Um Estado nacional e uma única nação, ao contrário da Espanha que, só como um de muitos exemplos, é um Estado nacional composto de várias nações divergentes entre si. 


 



A tese em voga de transformar o Brasil em um Estado plurinacional não só é cientificamente falsa como revela um inconfessado interesse em esquartejar o seu território e fragmentar a unidade do seu povo.

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