Projeto e crescimento

O projeto estratégico do governo Lula ainda não se encontra claramente delineado em suas linhas fundamentais. Os próximos dias serão esclarecedores sobre os rumos da coalizão, a composição da equipe ministerial, o tamanho da participação do Bloco de Esque

Creio que há outra interrogação nessas questões, entre as demais organizações progressistas: qual a dimensão das aspirações hegemônicas no seio do Partido dos Trabalhadores. Porque, entendo eu, elas se expressaram com nitidez em episódios recentes. São teoremas da política concreta que provocam conseqüências, dependendo dos desdobramentos que venham a surgir. 


 


 
Como muito bem já foi dito, o compromisso das esquerdas, orgânicas ou através de personalidades, é com os caminhos do atual governo. As relações com o PT podem e devem ser fraternas mas cunhadas pela linha de unidade e luta no campo das idéias, ou mesmo em decorrência de táticas eleitorais e administrativas a serem adotadas. Além do que é imprescindível observar as distintas realidades regionais em uma nação onde esse fator adquire uma pluralidade de situações complexas. Evitando transformar uma constatação de fundo político em questão de princípios.


 


 
No entanto, adquire importância a estratégia econômica que deverá ser adotada pelo governo. As metas de crescimento, o PAC, em contradição ao modelo ortodoxo que vem sendo aplicado pela equipe econômica, em particular, pelo Banco Central. Na maioria dos fundamentos são linhas opostas, antagônicas mesmo.


 



Para o Bloco de Esquerda, a expectativa sobre os rumos do crescimento, o fortalecimento do mercado interno, a geração de emprego e renda, são essenciais, e as demais questões aqui já abordadas encontram-se subordinadas ao sentido do desenvolvimento econômico, de maneira categórica.


 



Isso porque nesse ponto o nó desata ou continua freando um verdadeiro caminho à plena soberania política do país. Assim, podemos considerar que nos encontramos perto de uma curva sinuosa, como em uma estrada, em que a outra paisagem precisa descortinar novos horizontes decisivos à centralidade da realidade nacional e social dos trabalhadores, classe média, segmentos empreendedores do capital produtivo.


 



Ou avançamos ou estagnamos, crescendo a níveis aquém das exigências de uma nação continental e uma enorme população ávida por novos tempos.

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