Rita Buttes: Qual a relação entre saúde pública e hip-hop
Qual a relação entre um serviço de saúde e o hip-hop? Hoje em dia muitas pessoas até conseguem perceber certo nexo, certo sentido nesta aproximação: saúde e hip-hop. Mas a parceria informal do ambulatório Pró-Jovem com uma das muitas organizações de hip-hop existentes no estado do Rio Grande do Sul, a Nação Hip-Hop Brasil.
Publicado 08/01/2010 13:05
Data de maio de 2006, por conta da participação da Nação no JUBRA – II Simpósio Internacional Sobre a Juventude Brasileira: Ecos da América Latina, ocorrido em setembro de 2006 na cidade de Porto Alegre.
De lá para cá, permaneceram contatos, trabalhos, parcerias, apoios, projetos, mobilizações e sonhos. Um deles foi realizado há pouco tempo, em março de 2009. Um graffiti no hall de entrada do ambulatório Pró-Jovem.
Desejo antigo da equipe de profissionais que atuam no serviço bem como de muitos jovens que por lá circulam ou circularam. Isso porque o Ambulatório é um serviço da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre que atende situações de violência doméstica, sexual e urbana. E justamente no público mais atingido pela violência urbana, a juventude que sofre e produz sofrimento, que a cultura do hip-hop se faz mais presente, pautando comportamentos, estabelecendo códigos, ditando regras, criando, copiando, protagonizando, ressignificando vidas…
A equipe sempre desejou um logo, no formato de uma TAG ou algo semelhante. Desejava também um graffiti de qualidade, com técnica apurada, como forma de valorizar a cultura que se conecta diretamente com a juventude. Mistura de rebeldia e conhecimento, de arte e transgressão… Não podia ser um graffiti qualquer… Deveria traduzir a proposta do trabalho desenvolvido, ser impactante e acolhedor, forte e “da paz”… Tudo ao mesmo tempo.
Assim após longos anos sem conseguir efetivar uma reforma estrutural, nem mesmo uma pintura no local, a equipe decidiu assumir para si a responsabilidade de “reformar” ao menos a entrada do serviço. Organizou-se, pintou, lixou, lavou paredes e bancos com a ajuda de um pintor. Aplicou uma base neutra nas paredes para aguardar o graffiti.
Aí é que entrou o grafiteiro KUKA da ARC, que com a ajuda do Fábio Kossmann, o Alemão do Instituto Naumild, que agilizou as “tintas”, numa quarta-feira, o graffiti rolou no final do expediente, ao som de muito rap do bom.
Valeu KUKA! Valeu Alemão! O Ambulatório Pró-Jovem e toda a juventude que circula por lá agradecem!
As fotos estão aí para comprovar a qualidade do trabalho e da parceria! “É Nóis!”
Rita Buttes é Coordenadora da área de violência urbana do Ambulatório Pró-Jovem – SMS – PMPA