São Luís do Maranhão é a capital mundial da paz em novembro

São Luís é a capital mundial da luta pela paz em novembro. Recepcionado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz, o Conselho Mundial da Paz, criado em 1948 e constituído por personalidades e movimentos contra a guerra e a opressão, realizará na capital a Assembleia Mundial da Paz em 18 e 19 deste mês, e a Conferência Mundial da Paz, no dia 20, Dia Nacional da Consciência Negra!

A luta pela paz é bandeira da esquerda mundial, numa visão de que a paz não é só a ausência de conflitos entre as nações, mas também uma conjuntura na qual os povos não tenham tolhida sua autodeterminação.

Maria Montessori (1870-1952), médica e educadora italiana, incluiu a paz como eixo do método montessoriano. Dizia que “a educação é a melhor arma para a paz” e que “a responsabilidade de evitar conflitos é dos políticos, e a de estabelecer uma paz duradoura é dos educadores”. De 1932 a 1939, fez várias palestras sobre a paz, que, para ela, se inicia pela construção da harmonia entre a criança e o adulto. Em 1947, proferiu na Unesco a palestra “Educação e paz”. Em 1949, publicou “A Educação e a Paz”, no qual diz que “a paz não é o resultado de negociações, mas uma construção”; e que “a paz é uma ciência, uma arte, uma cultura. A paz se aprende”.

A brasileira Socorro Gomes, que preside o centro e o Conselho Mundial da Paz, em breve histórico da luta organizada pela paz, disse em Damasco, na Síria, em 25.10.2009: “Pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, num momento em que a situação internacional se agravava em consequência da política belicista do imperialismo norte-americano, vozes se levantaram em numerosos países, proclamando a necessidade de criar um movimento mundial para impedir nova catástrofe”.

Em agosto de 1948, foi realizado o Congresso dos Defensores da Paz, em Wroclaw, na Polônia. Presentes mais de 400 personalidades de 46 países, criaram o Comitê de Enlace dos Intelectuais pela Paz, que, em fevereiro de 1949, reunido em Paris, convocou, junto com a Federação Democrática Internacional de Mulheres, um novo Congresso Mundial pela Paz, de 20 a 23 de abril de 1949, na mesma cidade.

“Certa manhã de março, um cartaz apareceu nos muros de Paris e das grandes cidades francesas. Anunciava a data e o lugar do Congresso Mundial da Paz e exibia como emblema uma pomba, que se tornou célebre e até hoje simboliza o movimento pela paz no mundo. Era a pomba de Pablo Picasso. Alguns dias mais tarde, o cartaz aparecia simultaneamente em Varsóvia e no Rio de Janeiro… Em pouco tempo, reproduzida por todo o mundo, a pomba tornou-se o símbolo universal das forças da paz” (Socorro Gomes).

O lema do 1º Congresso Mundial da Paz, “Doravante a paz é uma questão dos povos”, recebeu adesões em massa de todo o mundo! Presentes 2.198 delegados de 72 países. “No mesmo dia, abriam-se as portas do Parlamento da Tchecoslováquia para receber os 281 congressistas que compunham a sessão de Praga do congresso, proibidos de entrar na França”.

Na época, estavam exilados na Tchecoslováquia Jorge Amado (1912-2001), um dos expoentes da luta pela paz; e Zélia Gattai (1916-2008), que muito se envolveu com a mobilização. Ela relatou em “Jardim de Inverno!” (1988) sobre o Conselho Mundial da Paz: “Segundo a opinião de muitos, esse órgão seria apenas um instrumento da política externa soviética. Para nós, era um órgão que se propunha lutar pela paz, mantendo uma vigilância permanente contra as ameaças de guerra”. Paloma Jorge Amado (19.11.1951), filha do casal, nasceu em Praga.

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