Bloco de Esquerda é uma necessidade política
Em meio aos debates sobre a Reforma Política — em curso na Câmara dos Deputados — e à crise que […]
Publicado 22/06/2007 20:57
Em meio aos debates sobre a Reforma Política — em curso na Câmara dos Deputados — e à crise que movimenta o Senado da República, o cenário político brasileiro assistiu esta semana ao lançamento do programa comum do Bloco parlamentar de Esquerda, nesta última quarta-feira (20), em Brasília, que reuniu parlamentares, dirigentes e filiados dos seis partidos que compõem o bloco – PSB, PDT, PCdoB, PMN, PRB e PHS. Foi um ato político com forte simbologia, destacada pelo atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em nome do PSB: “– Estamos no caminho certo e temos que ter a certeza de que cuidar desse bloco é cuidar do futuro do Brasil''. Campos definiu o evento de divulgação do programa comum do bloco como um momento importante em que se anuncia para a sociedade brasileira o que une a esquerda hoje no Brasil. Ele destacou que o bloco é formado por todos os matizes da formação da esquerda e citou os nomes de João Amazonas, Leonel Brizola e Miguel Arraes como forças envolvidas ao longo desse processo recente de nossa história ao lado das melhores causas na construção da nação brasileira.
Renato Rabelo, falando em nome do PCdoB, disse que o ato marcou o início da construção de uma identidade, uma fisionomia de uma frente de esquerda em nosso pais. O líder comunista falou que o bloco, que começa na Câmara com o bloco parlamentar, vai além. É um bloco que tem uma contextura política levando em conta o espectro político nacional. Não há espaço vazio no processo político e as forças políticas que tem sua representação no campo da esquerda ocupam esse lugar para melhor representar os interesses políticos e sociais que compõem esse campo de esquerda. Renato reafirmou que ''(O programa) não cai em contradição com o programa do segundo governo Lula. Vai além, expressa também os programas de partidos que constituem esse bloco''. O programa destaca a importância do desenvolvimento sobretudo levando em conta investimentos em infra-estrutura. Outra questão que permeia o programa é a educação – de qualidade e universal – levando em conta a educação básica e fundamental. A terceira questão, nas palavras de Renato Rabelo, é que ''sem o desenvolvimento científico e tecnológico não alcançaremos esse desenvolvimento atual e moderno''.
Outro ponto do programa destacado por Rabelo foi a defesa da integração do continente, principalmente da América do Sul, ''porque faz parte do contexto do desenvolvimento nacional'', afirmou. Ele sintetizou desta forma os pontos defendidos pelo Bloco: –''Nos une esse grande esforço para construção de um projeto nacional de desenvolvimento'', disse detalhando a proposta de alcançar um crescimento de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) e 25% de investimentos públicos e privados. Segundo ele, o bloco também “pode exercer papel político grande e decisivo para os destinos do nosso país. Os processos eleitorais de 2008 e 2010 tem que levar em conta a formação desse bloco''. ''O bloco de esquerda é uma necessidade objetiva para responder os anseios das forças avançadas do nosso país'', concluiu o presidente do PCdoB. Nesta oportunidade, o presidente do Partido Democrático Trabalhista, PDT, e também Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fez referência ao PT. ''Não estamos excluindo ninguém. Estamos de coração e portas abertas para quem quiser comungar de uma linha de pensamento político do Brasil''. Para ele, em palavras breves, a consolidação do Bloco é ''um exercício de inteligência e crescimento''. Esta proposta agregada ao projeto original do Programa Comum do Bloco foi uma contribuição importante do presidente do PDT.