Cinco anos de horror no Iraque
No dia que marca os cinco anos da invasão do Iraque pelas tropas dos EUA, crescem as análises sobre os […]
Publicado 20/03/2008 00:57
No dia que marca os cinco anos da invasão do Iraque pelas tropas dos EUA, crescem as análises sobre os efeitos desta macabra operação. Num discurso mentiroso, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu a ação militar e a permanência no país por tempo indefinido. ''Remover Saddam Hussein do poder foi uma decisão correta. Esta é uma luta que a América pode e deve vencer. Os homens e mulheres que entraram no Iraque há cinco anos removeram um tirano, libertaram um país e resgataram inúmeras pessoas de horrores inomináveis'', argumentou Bush.
Esta visão esquizofrênica, difundida por boa parte da mídia venal, felizmente hoje não corresponde mais à leitura da maioria dos estadunidenses e das pessoas amantes da paz e com maior senso crítico no planeta. Cerca de 850 manifestações contra o genocídio ocorreram na quarta-feira nos EUA, inclusive diante da Casa Branca – “para lembrar os sacrifícios de famílias e os bilhões de dólares gastos no Iraque, que podiam ser investidos no país”, informa a ONG Moveon. Fruto da tragédia, Bush está totalmente isolado e seu partido caminha para uma humilhante derrota na eleição do final do ano.
Os números da bárbara invasão são horripilantes e reforçam a revolta frente ao “império do mal”. Eles ajudam a entender a grave crise da economia estadunidense e a insatisfação do seu povo. Nos cinco anos de ocupação, os custos militares chegaram a US$ 3 trilhões e já superam os gastos na guerra do Vietnã, segundo cálculo de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia. Já as mortes, torturas e destruições no Iraque causam a repulsa dos povos do mundo inteiro contra o imperialismo. Há estudos que indicam que o número de mortes varia de 800 mil a 1 milhão de inocentes. “Nós não fazemos a contagem de corpos”, disse, arrogante, o general Tommy Frank, que dirigiu a invasão. Outros quatro mil soldados americanos e milhares de mercenários já foram abatidos pela resistência.
O desastre dos EUA no Iraque prova que o imperialismo não é invencível. O crescente desgaste dos senhores da guerra, dos neocons de Bush, e a grave recessão no país revelam que o império está em declínio. Para acelerar este processo, indispensável à paz no mundo e ao bem-estar da humanidade, é urgente reforçar as denúncias do genocídio e a solidariedade aos povos vítimas da ação imperial.
Ao lembrar os cinco anos da bárbara invasão, iniciada quase à meia-noite de 19 de março de 2003, é necessário fortalecer o internacionalismo ativo no mundo inteiro – incluindo o Brasil. O imperialismo não cairá de maduro; depende da nossa ação enérgica e militante.