Cinco anos de horror no Iraque

No dia que marca os cinco anos da invasão do Iraque pelas tropas dos EUA, crescem as análises sobre os efeitos desta macabra operação. Num discurso mentiroso, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu a ação militar e a permanência no país por tempo indefinido. ''Remover Saddam Hussein do poder foi uma decisão correta. Esta é uma luta que a América pode e deve vencer. Os homens e mulheres que entraram no Iraque há cinco anos removeram um tirano, libertaram um país e resgataram inúmeras pessoas de horrores inomináveis'', argumentou Bush.


 


Esta visão esquizofrênica, difundida por boa parte da mídia venal, felizmente hoje não corresponde mais à leitura da maioria dos estadunidenses e das pessoas amantes da paz e com maior senso crítico no planeta. Cerca de 850 manifestações contra o genocídio ocorreram na quarta-feira nos EUA, inclusive diante da Casa Branca – “para lembrar os sacrifícios de famílias e os bilhões de dólares gastos no Iraque, que podiam ser investidos no país”, informa a ONG Moveon. Fruto da tragédia, Bush está totalmente isolado e seu partido caminha para uma humilhante derrota na eleição do final do ano.


 


Os números da bárbara invasão são horripilantes e reforçam a revolta frente ao “império do mal”. Eles ajudam a entender a grave crise da economia estadunidense e a insatisfação do seu povo. Nos cinco anos de ocupação, os custos militares chegaram a US$ 3 trilhões e já superam os gastos na guerra do Vietnã, segundo cálculo de Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia. Já as mortes, torturas e destruições no Iraque causam a repulsa dos povos do mundo inteiro contra o imperialismo. Há estudos que indicam que o número de mortes varia de 800 mil a 1 milhão de inocentes. “Nós não fazemos a contagem de corpos”, disse, arrogante, o general Tommy Frank, que dirigiu a invasão. Outros quatro mil soldados americanos e milhares de mercenários já foram abatidos pela resistência.


 


O desastre dos EUA no Iraque prova que o imperialismo não é invencível. O crescente desgaste dos senhores da guerra, dos neocons de Bush, e a grave recessão no país revelam que o império está em declínio. Para acelerar este processo, indispensável à paz no mundo e ao bem-estar da humanidade, é urgente reforçar as denúncias do genocídio e a solidariedade aos povos vítimas da ação imperial.


 


Ao lembrar os cinco anos da bárbara invasão, iniciada quase à meia-noite de 19 de março de 2003, é necessário fortalecer o internacionalismo ativo no mundo inteiro – incluindo o Brasil. O imperialismo não cairá de maduro; depende da nossa ação enérgica e militante.