Condenação de Lula e a rejeição da democracia

Indignação – este é sentimento provocado pela sentença condenatória contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (12). […]

Indignação – este é sentimento provocado pela sentença condenatória contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (12).

A sentença agrava os ataques contra o Estado Democrático de Direito no Brasil uma vez que não há fatos ou provas que a sustentem, como a defesa do ex-presidente demonstrou, sem ter sido levada em conta.

Para além disso tudo, a defesa, mesmo sem que isso fosse a sua obrigação, já que o ônus da prova cabe a quem acusa, conseguiu demonstrar, com base em documentação incontestável, a impossibilidade do cometimento do suposto crime. Nada disso adiantou, como não adiantaram as dezenas de depoimentos inocentando Lula.

É uma condenação anunciada, como se diz: Lula, aparentemente, já tinha o seu destino traçado no momento de abertura do processo.

A condenação de Lula, que será contestada por seus advogados, é uma afronta a todos os brasileiros. É um desafio aos que querem um Brasil livre, soberano, onde o poder do Estado seja utilizado para fomentar o desenvolvimento nacional e assegurar renda e trabalho decente a todos e não para perseguir adversários políticos.

A realização plena do Brasil como nação, o desenvolvimento de todas as suas imensas potencialidades e a consequente libertação de nosso povo: este é o programa que os inimigos do progresso e da soberania nunca aceitaram. Perseguem Lula pelos importantes passos que o ex-presidente deu nesse sentido e o querem preso para tirá-lo de sua posição na trincheira do luta por esse novo Brasil.

A luta para que a justiça seja feita no caso de Lula, entretanto, não cabe apenas aos que defendem um programa de mudanças progressistas para o Brasil. Todos aqueles que se preocupam com a manutenção das garantias individuais mínimas e com os princípios básicos da democracia e do Estado de Direito precisam se pronunciar, antes que seja tarde e que o arbítrio dê novos passos, ainda mais ousados, ainda mais violentos.

É preciso sair do estado de estupefação e ir à ação, realizando uma grande campanha, inclusive de alcance internacional, exigindo que as perseguições contra o ex-presidente cessem. Esta deve ser ampla, plural e aberta a gente de todas as posições políticas, tendo como único estandarte um princípio que vem do século 18: a condenação sem provas é um grave arbítrio.