Congresso da CTB: balanço de conquistas, perspectiva de luta

Com o lema “Avançar nas mudanças com valorização do trabalho”, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) inicia nesta quinta-feira (22), em São Paulo, seu terceiro congresso nacional.

A entidade classista chega ao seu terceiro congresso com grandes êxitos, encontra-se entre as cinco maiores centrais sindicais brasileiras, com mais de mil entidades na base e representando em torno de 7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade.

São êxitos alcançados pela consolidação da tese em torno da qual a central foi fundada – a ideia de levar o conjunto do movimento sindical a um novo patamar de unidade, por meio da ação comum, no quadro da diversidade de concepções políticas existentes entre os trabalhadores. A CTB esforça-se para unificar o movimento dos trabalhadores em torno de um mesmo programa de luta.

Esta unidade se traduziu em inúmeras ações que congregaram o conjunto do sindicalismo brasileiro na luta pelo enfrentamento da crise econômica mundial e para que seu ônus não caísse sobre os ombros dos trabalhadores, pelo reconhecimento das centrais sindicais (que ocorreu em 2007), por uma política de valorização do salário mínimo, pela defesa de um projeto de desenvolvimento nacional progressista com valorização do trabalho.

O ponto alto dessas lutas foi a realização da 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em junho de 2010, a partir de uma proposta apresentada pela CTB. Ali foi aprovada a pauta que ainda está em vigor da luta sindical dos trabalhadores brasileiros, a Agenda da Classe Trabalhadora por um projeto nacional de desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho.

A 2ª Conclat, que teve a participação de cerca de 30 mil líderes sindicais, reuniu neste documento o conjunto de bandeiras que orientam, nos últimos anos, a luta dos trabalhadores, em torno de propostas como a mudança da política econômica, reformas estruturais, mais investimentos em saúde, educação, transporte e infraestrutura. Ao lado de bandeiras históricas, como reforma agrária, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, combate à precarização, entre outras.

Estas reivindicações animaram as manifestações unitárias realizadas nos últimos tempos, como as marchas dos trabalhadores em Brasília, em 6 de março deste ano, e o Dia Nacional de Lutas e Paralisações em 11 de julho e os atos de 6 de agosto contra a terceirização.

O terceiro congresso da CTB representa "o coroamento de nossa central", comemora Wagner Gomes que, depois de dois mandatos consecutivos como presidente da CTB, será agora seu secretário-geral, passando o bastão para Adilson Araújo. “O nosso terceiro congresso é o coroamento de uma proposta sindical que foi aceita amplamente pelos dirigentes” quando propomos sua criação, disse Wagner Gomes.

No novo período, que se abre com a realização do 3º Congresso, a CTB vai defender seu fortalecimento nos estados. Lembrando que a central foi fundada em 2007, em plena crise econômica mundial, e com o Brasil vivendo o novo ciclo político aberto desde a posse do presidente Lula, em 2003, Adilson Araújo pensa que agora “há uma nova perspectiva, um novo olhar que permite aos trabalhadores continuar o ciclo em que mais de 90% dos trabalhadores conquistaram aumento real de salário, além da reposição. E nos sentimos responsáveis por esse feito”. Ele defende, nesta nova fase, audácia na disputa pela hegemonia no sindicalismo brasileiro, contribuindo com a classe trabalhadora e com a luta por um novo tipo de sociedade, na perspectiva da luta pelo socialismo.

São tarefas que revelam uma entidade consolidada, em crescimento, com grande prestígio entre os trabalhadores e as forças políticas e que ganhou, nos poucos anos de sua existência, um protagonismo crescente nas lutas sociais, que se manifesta na maturidade e experiência de seus dirigentes e quadros, e no grau de unidade alcançado entre as centrais. Isso tudo se traduz na determinação para avançar no rumo de novas conquistas.