Correlação de forças de 2010 sai das urnas do segundo turno
O realinhamento do quadro político nacional depende dos resultados da votação no segundo turno da eleição municipal. Esta foi uma […]
Publicado 11/10/2008 14:05
O realinhamento do quadro político nacional depende dos resultados da votação no segundo turno da eleição municipal. Esta foi uma das conclusões da Comissão Política Nacional do PCdoB, reunida na última quinta feira (dia 9), em São Paulo. A disputa principal vai ocorrer nas dez capitais que não definiram seus prefeitos já no primeiro turno. Entre elas, destacam-se São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde as forças que apoiam o governo do presidente Lula e o consórcio tucano que vai indicando o fortalecimento do governador paulista José Serra estarão nos lados opostos da trincheira representada pela urna eletrônica.
Em São Paulo vai ocorrer o embate principal, ao qual José Serra está ligado diretamente por seu apoio agora aberto à reeleição do prefeito Gilberto Kassab, do DEM (ex-PFL). No Rio de Janeiro, o crescimento do desempenho do deputado verde/tucano Fernando Gabeira (PV), agora também com o apoio do prefeito César Maia e seu partido, o DEM, fortalece o bloco conservador. Com a vantagem, para a direita, de apresentar um deputado cujo passado de oposição à ditadura militar lhe confere uma coloração de esquerda que, apesar de muito desbotada, ainda encontra ressonância nos setores mais atrasados do eleitorado, principalmente entre setores da classe média da zona sul carioca. E, em Belo Horizonte, a disputa entre Márcio Lacerda (PSB, com apoio do governador tucano Aécio Neves e do prefeito petista Fernando Pimentel) e Leonardo Quintão (PMDB) vai testar a força da aliança branca tucano/petista entre o governador e o prefeito, que saiu enfraquecida das urnas, resultado que pode favorecer José Serra em sua disputa com Aécio Neves, mirando 2010.
A novidade, registrada pela Comissão Política Nacional do PCdoB, foi o novo protagonismo político alcançado pelos comunistas, que saíram amanheceram fortalecidos no dia seguinte à eleição, e vão ao segundo turno como força de peso que pode ajudar a definir resultados favoráveis ao campo progressista. ''O PCdoB se orientará no segundo turno pelo fortalecimento da base de sustentação do governo Lula, do Bloco de Esquerda e do próprio PCdoB'', diz a nota.
O Partido reelegeu Edvaldo Nogueira para a prefeitura de Aracaju (SE), manteve a prefeitura de Olinda (PE) com Renildo Calheiros, confirmando a aprovação popular aos oito anos de governo municipal da comunista Luciana Santos; está no segundo turno em São Luís (MA), com Flávio Dino, e em São Paulo, com Aldo Rebelo como vice de Marta Suplicy. E seu apoio é disputado em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde será força fundamental para a eleição do próximo prefeito.
Neste segundo turno está em jogo, com clareza maior do que no turno do dia 5, a correlação entre as forças que vão disputar a sucessão do presidente Lula em 2010. Nesse sentido será uma votação decisiva, com conseqüências que extrapolam os limites municipais.