''Destruir para vencer'': eis a tática da direita

Como não estourou a guerra entre Bolívia e Brasil que o hipócrita nacionalismo da direita quase andou proclamando, outro torpedo foi disparado contra a reeleição do presidente Lula.

Desta feita, a oposição trouxe novamente à cena o ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira. O pretexto foi uma atônita entrevista de Pereira a um periódico fluminense. Levado quase que a ferros à CPI dos Bingos, ou melhor, à “Comissão Geral de Investigação”, Pereira tal e qual na dita entrevista nada acrescentou. Ao final, se viu que a oposição gastou um caldeirão de alarde para uma panela de cozido requentado.

Tão logo a tal entrevista veio à luz, parlamentares da oposição sacaram novamente da ameaça de impeachment de Lula. Contudo, a recusa, por larga maioria de votos, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil de abraçar a bandeira do impeachment conteve, momentaneamente, a afoiteza do conservadorismo mais extremado.

Todavia, que ninguém se iluda. A violência política da oposição terá seguimento. Ela mais se preocupa em manter o bombardeio do que propriamente buscar a maioria dos votos do eleitorado. De onde vem essa escolha da tática de destruição em detrimento da lógica da disputa democrática de se conquistar a maioria?

Depois de sofrer quase dozes meses consecutivos de um dos maiores bombardeios já desencadeados contra as realizações de um governo e a honra de um chefe de Estado, o presidente Lula continua, conforme sucessivas pesquisas de intenção de voto, com chances reais de vitórias. Por outro lado, a candidatura Alckmin não deslancha, o que leva parte de seus correligionários espalharem a hipótese ou o desejo dele ser substituído. Alckmin tenta acalmá-los com a promessa de que em meados de agosto, depois do início do programa de TV e com a preces da Opus Dei, ele decola…   

O favoritismo renitente de Lula é o motivo da escolha.  O quartel general da direita brasileira concluiu que suas chances de retorno ao governo da República não está nas potencialidades eleitorais de seu candidato, mas sim na eficácia de sua prolongada campanha de destruição política do presidente Lula. Uma eventual maioria de votos não seria conquistada pela adesão do eleitorado às propostas da direita e nem à liderança de seu candidato. A vitória, concluiu a oposição, depende da destruição política do concorrente, a qualquer preço, a qualquer custo.

O campo das forças progressistas e populares comprometidos com a reeleição do presidente Lula devem reagir a essa tática desesperada e corrosiva da direita, com a construção de uma frente ampla liderada pela esquerda e armada com um programa que sinalize compromissos renovados com o avanço das mudanças.

Simultaneamente, o povo precisa em modalidades diferenciadas de ações demonstrar o seu repúdio às maquinações da direita. Os movimentos populares e as entidades dos trabalhadores devem também com estardalhaço explicitar suas aspirações de que o Brasil siga sob a direção das forças progressistas. Direita neoliberal no poder, se possível, nunca mais!