Redução da conta de luz enfurece oposição e mídia privada

A presidenta Dilma Rousseff confirmou nesta quarta-feira (23), com uma medida prática de grande repercussão, o compromisso do governo com o desenvolvimento do país. Ela anunciou, em rede nacional de rádio e televisão, a redução no preço da energia em níveis maiores do que o previsto desde as primeiras notícias nesse sentido, em setembro do ano passado. A redução, anunciou o Ministério de Minas e Energia à tarde (e Dilma confirmou à noite), chegará a 18% para o consumo residencial e a 32% para indústrias, agricultura, comércio e serviços.

Se o governo confirmou o benefício, a oposição tucano/neoliberal reafirmou sua ojeriza a medidas para beneficiar os brasileiros, como a anunciada pela presidenta. Nesta quinta-feira (24), o PSDB emitiu nota criticando as medidas anunciadas pela presidenta.

No final do ano, os governadores tucanos de São Paulo (Geraldo Alckmin), Minas Gerais (Antonio Anastasia), Paraná (Beto Richa) e o pessedista, e ex-DEM, de Santa Catarina (Raimundo Colombo) já haviam sinalizado serem contra a redução nas tarifas de energia elétrica ao impedir que as empresas de produção de seus estados (Cesp, Cemig, Copel e Celesc) aderissem ao plano do governo. Eles defendiam o interesse dos grandes especuladores que, quando aquelas empresas foram privatizadas na era FHC, se tornaram sócios delas para aproveitar a farra das tarifas criada com a transferência de patrimônio público para sócios privados.

A medida da presidenta Dilma, de redução das tarifas de energia elétrica, teve o mesmo sentido da investida do governo contra os escandalosos juros bancários no ano passado – a criação de condições mais favoráveis para o investimento na produção, com o objetivo de fortalecer o crescimento econômico, criar empregos e redistribuir renda.

A oposição neoliberal sentiu o golpe. Houve quem reagisse ao anúncio feito por Dilma Rousseff falando em “populismo elétrico” e “campanha eleitoral na tomada”, uma alegação ridícula que serve para esconder a defesa dos privilégios da especulação contra a população e os empresários produtivos.

Um corifeu neoliberal, comentarista econômico na mídia hegemônica, apelidou a redução tarifária de “gambiarra”, condenando-a da mesma forma como chamou de “truques” outras medidas que favorecem a população, como o não aumento do preço dos combustíveis ou das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A oposição e a mídia alegam que o preço mais baixo vai gerar um aumento no consumo de energia elétrica, colocando em risco a produção num momento em que, dizem, os reservatórios estão em “ponto crítico”, inventando inclusive um exdrúxulo “risco hidrológico”.

É natural que a oposição politize seus argumentos contra o governo. É da natureza das coisas. Mas a oposição precisa deixar claro que não se trata apenas do embate eleitoral, mas do confronto de programas: o do governo para favorecer o desenvolvimento, fomentar a produção, melhorar a economia e a vida dos brasileiros. E o da oposição, para defender os interesses da especulação financeira e travar o desenvolvimento. A oposição neoliberal não tem a coragem, e nem pode ter, de ser honesta ao ponto de confessar seu programa antipopular, antidesenvolvimentista e antinacional.

Apostando numa inexistente amnésia política do povo, os tucanos apresentam-se como campeões de uma competência administrativa e política que eles não têm. Deixam no esquecimento a tragédia nacional que foi a passagem das forças neoliberais pelo governo, primeiro com Fernando Collor de Mello e depois, agravando as mazelas, com Fernando Henrique Cardoso, quando o país andou para trás e o povo empobreceu.

A oposição condena o que se chama de preços administrados, fazendo alusões ao passado. Na verdade, ela se opõe ideologicamente à ativa presença do Estado na indução do desenvolvimento.

Mas, o governo age contra a ganância da especulação. Este é o sentido das medidas anunciadas por Dilma Rousseff, provocando a ira neoliberal. O governo usa instrumentos de política econômica para isso, numa medida que nunca ocorreu antes na história deste país.

Não há, como alegam, ameaças de desabastecimento, mas o enfrentamento das dificuldades naturais decorrentes das condições climáticas, como ocorre todo ano. Nestes últimos meses, a oposição torceu pela seca que, reduzindo os reservatórios das hidrelétricas, poderia provocar um apagão. Em suas orações, este poderia ser semelhante ao apagão que derrubou a máscara de Fernando Henrique Cardoso em 2001 e expôs ao país a nudez neoliberal de seu governo. Aquele apagão não foi resultado da falta de chuvas mas da total falência dos investimentos (proibidos pelo então todo poderoso FMI) para a construção de novas hidrelétricas e o aumento da oferta de energia elétrica no Brasil.

Sob Dilma, o preço da conta de luz vai baixar num momento em que, lembrou ela em seu pronunciamento à nação, estão entrando em operação “novas usinas e linhas de transmissão”, aumentando “em mais de 7% nossa produção de energia e ela irá crescer ainda nos próximos anos”.

Esta é uma situação radicalmente diferente, e muito mais promissora, do que a que existia sob o governo de Fernando Henrique Cardoso e o apagão tucano.

Dilma teve razão quando disse, taxativamente que foram estas previsões que fracassaram; “aqueles que são do contra estão ficando para trás”, assegurou.