Reúne-se o congresso dos comunistas brasileiros
A partir desta quinta-feira (14) até o sábado (16) realiza-se o 13º Congresso do Partido Comunista do Brasil. Pela amplitude […]
Publicado 14/11/2013 06:51
A partir desta quinta-feira (14) até o sábado (16) realiza-se o 13º Congresso do Partido Comunista do Brasil. Pela amplitude dos temas em discussão, a presença política de autoridades, partidos aliados e organizações do movimento de massas no ato político – no qual está prevista a participação da presidenta da República, Dilma Rousseff, e do ex-presidente Lula – e tomando-se em conta ainda a numerosa e variada representação internacionalista, observa-se que a atenção e o interesse que o congresso desperta vão muito além das fileiras comunistas.
Sob o lema “Avançar nas Mudanças”, as plenárias do 13º Congresso do PCdoB culminarão um debate – aberto no mês de julho, quando foi convocado pelo Comitê Central – sobre o balanço dos dez anos dos governos progressistas no país e as perspectivas do seu desenvolvimento político. Um debate que, fora das fileiras do Partido, tinha sido iniciado pelo Partido dos Trabalhadores, no início do ano, no qual a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula tiveram a oportunidade de se manifestar.
O tema diz respeito diretamente aos comunistas. Primeiro, porque ele contém questões do interesse do país e do povo brasileiro, fala dos seus problemas e inquietações, dos avanços e recuos do novo ciclo político aberto em 2002 com a primeira eleição de Lula, dos fluxos e refluxos da luta por mudanças de fundo e das perspectivas da nação. Em segundo lugar, porque o Partido Comunista do Brasil é partícipe direto deste processo. Desde 1989, quando Lula se candidatou pela primeira vez à Presidência da República, o PCdoB participou diretamente da formulação dos eixos programáticos e envolveu-se diretamente nas campanhas eleitorais, chamando o povo a votar no candidato capaz de liderar o processo histórico que está em desenvolvimento até hoje. Igualmente, desde o primeiro momento o PCdoB assumiu responsabilidades diretas com a condução do governo, participando do Ministério.
Os documentos em debate no congresso dos comunistas assinalam uma avaliação positiva sobre a evolução política do país nestes dez anos, em meio a contradições e limitações relacionadas com a correlação de forças e a formação de convicções sobre o alcance das transformações necessárias a empreender. Os comunistas defendem a opinião de que ao longo do período o Brasil mudou, sendo cada vez mais contrastante a orientação atual com a linha antipopular e antinacional que foi seguida no período neoliberal, principalmente os dois mandatos do ex-presidente FHC (1994 – 2002). Tendo mudado, o país precisa avançar mais e superar contradições e impasses, ultrapassar a encruzilhada histórica e abrir caminho para um salto civilizacional.
Tendo amadurecido o debate interno e a interlocução com forças aliadas, os comunistas prepararam-se para apresentar como resultado do 13º Congresso uma plataforma de luta para avançar nas mudanças por meio da realização de reformas estruturais democráticas, que consolidem o caminho do desenvolvimento nacional soberano com justiça social e valorização do trabalho, aprofundem a democracia, reforcem a soberania nacional, a integração da América Latina, façam do Brasil uma forte nação progressista capaz de desempenhar um papel positivo nas lutas dos povos por uma nova ordem econômica e política internacional.
O 13º Congresso do PCdoB enfrenta também o debate sobre a crise crônica, sistêmica e estrutural do capitalismo, sobre a brutal ofensiva das forças conservadoras contra os direitos dos trabalhadores, as políticas belicistas do imperialismo contra os povos e nações. Os comunistas reafirmam assim o caráter internacionalista e anti-imperialista de sua intervenção política.
Por fim, os delegados e delegadas do PCdoB reunidos nestes dias em São Paulo, descortinarão novas perspectivas para o reforço da sua própria organização, o que também está ligado aos interesses gerais do povo brasileiro, pois a existência de um partido comunista forte, organizado e enraizado no povo é um fator ponderável para o aprofundamento da democracia, o desenvolvimento de uma consciência política e social avançada e o reforço da unidade com outras forças democráticas, progressistas e de esquerda. É também fator indispensável na acumulação de forças da luta pelo socialismo.