Temer usa poder dos donos do dinheiro para mudar a Previdência

Quando o dinheiro manda, quem dá as ordens são os donos do dinheiro.

Esta verdade é novamente comprovada pela notícia, divulgada nesta terça-feira (30), de que o governo usurpador de Michel Temer repassou a agentes do mercado financeiro uma lista com os nomes de pelo menos 90 deputados federais “indecisos”, contrários à contrarreforma da Previdência.

A informação, obtida pela Agência Reuters, foi confirmada por duas fontes – uma do mercado e outra do próprio Palácio do Planalto.

O governo radicaliza seu privatismo exacerbado e, ao apelar para a ajuda do “mercado”, para convencer estes deputados, terceiriza sua própria ação política. Que, por esta via canhestra, prescinde da legitimidade que os mandatos eletivos representam, e repassa a intermediação política diretamente para os donos do dinheiro. Cujo instrumento de pressão é o tilintar das moedas. O governo abre mão da intermediação daqueles que têm mandato popular para isso, e vai direto à fonte do poder: os banqueiros e agentes do mercado. E busca sua ajuda para tentar vencer a votação da contrarreforma da Previdência, prevista para 20 de fevereiro. A proposta só será aprovada se alcançar 308 votos, em duas votações. Segundo seus próprios cálculos está longe disso, e mal chega a 270 votos favoráveis.

O terrorismo previdenciário do governo difunde um imaginário deficit bilionário nas contas da Previdência – rombo desmentido pela CPI da Previdência, do Senado, cujo relatório foi divulgado em outubro. Mesmo assim, o discurso alarmista do governo piora sua própria situação. Um levantamento divulgado pela imprensa revelou um crescimento exagerado nos pedidos de aposentadoria em 2017. O número de pedidos de aposentadoria por tempo de serviço cresceu 5,5% no ano passado, e o de aposentadorias por idade (mínimo de 65 anos para homens e 60 anos para mulheres) subiu 3,7%.

É uma corrida óbvia. Os brasileiros tentam garantir direitos que constam da lei. E o governo tentando suprimir estes direitos, usando para isso a ação, ilegítima e ilegal, do poder do dinheiro.