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Alexandre Pilati: Luminária

*

esta lua de inverno


 


cárie na boca do sertão


 


 na escuridão torta e estatelada


 


é o nosso pobre sol de maiakóvski


 


 rodela de prata
 vintém terrorista
 detergente
 proletária


 


solta lá no céu é só uma gravura na sala de estar periférica


 


 


um desagravo – desagregado SATÉLITE   
    ofuscada e fraca parece que pisca


 



 mas luminará para toda a ETERNIDADE!


 


  
que ela brilhe mais que a fome, que a seca e que a morte


 


  !que seja ela o lema que me leva!



 
vá prafÓra,
!PRO ESGOTO



   
o oco negro que me chama


 


do shamisem de chamas de Times Square!