A Comissão Nacional da Verdade (CNV) fará nova perícia em laudos de 44 mortos durante o período da ditadura militar, que, segundo a versão oficial da época, cometeram suicídio. Em todos os casos existiriam indícios de fraude no resultado necroscópico, como, por exemplo, em fotos dos cadáveres.
Ao revelar que a tortura é anterior à luta armada da esquerda, a Comissão Nacional da Verdade desconstrói uma das maiores mentiras políticas das últimas décadas no Brasil.
Por José Antônio Lima, da Carta Capital
A instituição da Comissão Nacional da Verdade, apesar de tardia, é importante pois cria espaços de escuta e legitimidade para memórias. Mas isso não ocorre de maneira efetiva, porque o Estado brasileiro não fez uma declaração pública de pedido de perdão, bem como de rechaço ao terrorismo de Estado implementado durante a ditadura.
Por Caroline Silveira Bauer*
Segundo a nova coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Maria Cardoso, as Forças Armadas continuam desafiando as investigações de crimes cometidos por agentes de Estado no período da ditadura militar. A comissão completa nesta quinta-feira (16) um ano de funcionamento, mas ainda com dificuldades de acesso a valiosos arquivos da repressão.
A Comissão Nacional da Verdade e a Organização das Nações Unidas (ONU) realizam na próxima segunda-feira (13) um seminário em ocasião do primeiro aniversário da CNV. A abertura será feita pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, pelo coordenador da Comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, e pelo representante da ONU no Brasil, Jorge Chediek.