Com dez vezes mais água armazenada do que o Sistema Cantareira, a Represa Billings deve ser utilizada para abastecer parte da população que enfrenta a crise hídrica em São Paulo, conforme informou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Atualmente os paulistas convivem com uma estranha e desconfortável situação. As tão esperadas chuvas de verão vieram, mas à custa de ruas alagadas, semáforos quebrados e centenas de árvores derrubadas, principalmente na região metropolitana da capital.
Por Afonso Capelas Junior para o Diário do Centro do Mundo*
Projeções do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) revelam que, caso as chuvas na região do Sistema Cantareira continuem até 50% abaixo da média e a captação se mantenha nos níveis atuais, esse manancial poderá secar daqui a quatro meses, no início de junho.
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que enfrenta uma grave crise financeira, admitiu que deve fazer uma readequação no quadro de funcionários. De acordo com o Sindicato dos Médicos, o corte de pessoal pode chegar a mais mil pessoas.
A gestão da comunicação em torno da crise de abastecimento de água em São Paulo está sendo feita por um gabinete junto ao governador Geraldo Alckmin. A equipe de assessores da Sabesp ficou encarregada apenas de ações defensivas e pontuais, como o encaminhamento de declarações e dados para os consumidores e para jornais e emissoras cujo noticiário se desvia eventualmente do padrão estabelecido por praticamente toda a imprensa.
Por Luciano Martins Costa*, no Observatório da Imprensa
O grupo criado pela Agência Nacional de Águas (ANA) para discutir a bacia do rio Paraíba do Sul aprovou, na última sexta-feira (16), as conclusões do Relatório Conjunto que trata da segurança hídrica da Bacia e da viabilidade hidrológica da interligação, no estado de São Paulo (SP).
São Paulo registrou no fim de semana mais um recorde de alta temperatura. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no sábado (17) a temperatura máxima chegou a 35,7 graus Celsius (°C), a quarta maior observada para o mês de janeiro, desde o início das medições em 1952. Nesta domingo (18), a temperatura também foi alta, de 35,6°C, a segunda maior este ano.
As altas temperaturas em um verão atípico, com pouca chuva e ocorrências de precipitações apenas em áreas isoladas, vem agravando a situação do abastecimento na capital paulista e nos municípios vizinhos. No pior cenário de seca de todos os tempos, caíram os volumes de água armazenados nos seis sistemas administrados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
As chuvas em São Paulo continuam caindo de forma irregular, sem atingir as cabeceiras do Sistema Cantareira, mas alagando regiões da capital. Nesta terça-feira (15), a precipitação sobre os bairros das zonas norte, leste e central foi intensa, em forma de pancadas, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). No Cantareira, porém, choveu apenas 0,5 milímetro, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou nesta terça-feira (13) a suspensão da sobretaxa para quem gastar mais água em São Paulo. A juíza Simone Viegas de Moraes Leme deferiu parcialmente um pedido de liminar feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) contra a sobretaxa implantada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em vigor desde a última quinta-feira (8).
A crise hídrica na região metropolitana de São Paulo caminha para o colapso, e até o meio do ano, os sistemas Cantareira e Alto Tietê poderão chegar ao nível zero, acreditam os especialistas que acompanham com apreensão o problema.
O temporal que atingiu na quarta-feira (7) a capital paulista levou 13,1 milímetros de chuva às cabeceiras do Sistema Cantareira, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Com a precipitação, o reservatório manteve-se nesta quinta-feira (8) em 6,8%, mesmo percentual registrado nesta quarta-feira (7).